A tese “Na esquina do mundo: trocas culturais na música popular brasileira através da obra do Clube da Esquina (1960-1980)”, do pesquisador e doutor em História pela UFMG Luiz Henrique Assis Garcia, é o tema de hoje da série Novos Registros, do Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB). A palestra do autor acontece às 19h. O trabalho, defendido em 2007, analisa as trocas culturais na MPB das décadas de 1960 e 1970, usando como fio condutor o conjunto das manifestações musicais identificadas ao Clube da Esquina. A palestra será realizada no Auditório Itaú do Museu, com entrada gratuita. O objetivo do projeto Novos Registros é divulgar trabalhos acadêmicos sobre a capital mineira e o estado de Minas Gerais. A promoção é da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte e do MHAB, que fica na avenida Prudente de Morais, 202, Bairro Cidade Jardim. O telefone é 3277-8573. Dicotomias superadas O objetivo é entender o Clube da Esquina dentro de um quadro mais amplo, o de delimitação e consolidação da MPB. Para isso, a tese aborda a história como resultado de trocas culturais que envolveram a disputa das categorias de “nacional” e “popular” no contexto politicamente radicalizado pelo Regime Militar, a incorporação estética de elementos musicais locais, regionais ou internacionais, a revalorização de certos gêneros e tradições e o reposicionamento dos compositores em relação ao mercado e à sociedade. A dissertação mostra ainda as saídas encontradas pelo Clube da Esquina para os dilemas de sua época, passando pela adoção de uma identidade cosmopolita que não descuidou do elemento local, mas também não o reduziu ao exótico ou ao típico. Luiz Henrique Assis Garcia possui graduação, mestrado e doutorado em História pela UFMG. Atualmente, é servidor da Fundação Municipal de Cultura, atuando como pesquisador do Museu Abílio Barreto. Luiz publicou artigos e capítulos de livros.
O trabalho de Luiz Henrique dedica-se ao estudo sobre os músicos do Clube da Esquina, que adotaram soluções criativas e distintas de outros projetos ou caminhos de músicos contemporâneos. Sua proposta de interculturalidade superava dicotomias muito presentes em seu tempo, entre o nacional e o estrangeiro, o popular e o erudito, o tradicional e a vanguarda, mas sem optar pelo contraste nítido destes elementos.