Os 6 mil novos alunos da UFMG, que passam esta semana pelo processo de registro acadêmico, estão sendo abordados por uma campanha de arrecadação de recursos para assistência aos alunos carentes da Universidade. A iniciativa visa garantir os meios necessários para a gestão dos mais de 20 programas sob responsabilidade da Fump – Fundação Universitária Mendes Pimentel –, que já viabilizaram os estudos de dezenas de milhares de alunos, ao longo de quase oito décadas. Até o ano passado, esses recursos eram assegurados pela cobrança, vinculada à matrícula, da contribuição ao fundo de bolsas. Mas uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional esse mecanismo. A Fump criou, então, uma estratégia de comunicação que visava obter contribuição voluntária de alunos, professores e servidores técnicos e administrativos, e cujo início coincidiu com a época de matrícula dos veteranos, no final de 2008. A Fundação arrecadou, até agora, R$ 457 mil, valor que corresponde a cerca de 10% do que se obteve no início de semestres anteriores – até R$ 5 milhões. “O resultado da campanha é bastante decepcionante”, define a presidente da Fump, professora Rocksane de Carvalho Norton. Segundo ela, o valor arrecadado vai se somar a R$ 2,9 milhões que deverão ser repassados pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil. Existe também a possibilidade de que, ainda ao longo do ano, a UFMG receba parte de outros R$ 9 milhões prometidos para até 2010. Rocksane informa que serão priorizados este ano os chamados programas de manutenção, que proveem subsídios para alimentação, moradia e assistência à saúde, por exemplo. Se houver necessidade de cortes, eles vão atingir os mecanismos que visam fornecer aos estudantes de baixa renda condições semelhantes de inserção na vida acadêmica, facilitando a aquisição de livros e computadores e o acesso a cursos de idiomas e viagens de intercâmbio, entre outros benefícios. Falta de tradição Para contribuir com os programas de assistência estudantil da Fump basta acessar o site da Fundação ou o da UFMG. Ambos oferecem em suas páginas iniciais links para esclarecimentos sobre o tema e a possibilidade de imprimir boletos para depósito em agências bancárias. O valor sugerido é o mesmo da antiga contribuição para o fundo de bolsas, mas é possível optar por qualquer outro valor.
A Fump espera contar com a solidariedade dos calouros de melhores condições econômicas e pretende estender sua campanha de sensibilização ao longo deste semestre. Uma das fases da iniciativa vai estar ligada às comemorações dos 80 anos da Fundação. E parte da nova estratégia será dirigida aos ex-alunos da UFMG. “Não há tradição de contribuição voluntária para as universidades públicas brasileiras”, lamenta a presidente da Fump, que lembra que para este ano é esperada uma ampliação do universo de beneficiários da Fundação, em função dos novos cursos e vagas viabilizadas pelo Reuni e da democratização do acesso à Universidade propiciada pelos bônus para alunos de escolas públicas.