O projeto Cinecentro, do Centro Cultural UFMG, irá exibir dois filmes do documentarista francês Jean Rouch (1917-2004). As apresentações acontecem neste final de semana. Às 17h de sábado, estará em cartaz o curta Os Mestre Loucos (1955), com duração de 30 minutos. Domingo, no mesmo horário, será a vez da exibição do longa Eu, um Negro (1979), de 73 minutos. O francês Jean Rouch, além de cineasta, foi também um teórico do cinema direto. Ele é autor de um subgênero do documentário, a etnoficção. A partir da influência pelo surrealismo e da sedução pelas regras essenciais da inspiração e da intuição, a filmografia de Jean Rouch captou imagens da evolução do continente africano e da sociedade francesa. Sua obra acaba gerando um grande impacto sobre os jovens cineastas da Nouvelle Vague. Confira as sinopses dos filmes: 1) Os Mestre Loucos 2) Eu, um Negro
Filmado em apenas um dia, o filme revela as práticas rituais de uma seita religiosa. Os praticantes do culto Hauka, trabalhadores nigerianos reunidos em Accra, se reúnem à ocasião de sua grande cerimônia anual. Começa o rito da possessão, saliva, tremedeiras, respiração ofegante… são os signos da chegada dos ‘espíritos da força’, personificações emblemáticas da dominação colonial : o cabo da polícia, o governador, o doutor, a mulher do capitão, o general, o condutor da locomotiva, etc… A cerimônia atinge seu ápice com o sacrifício de um cão, o qual será devorado pelos possuídos. No dia seguinte, os iniciados retornam.
Jovens nigerianos deixam sua terra natal para procurar trabalho na Costa do Marfim. Desenraizados em meio à civilização moderna, acabam chegando a Treichville, bairro operário de Abdijam. O herói, que conta sua própria história, se auto-denomina Edward G. Robinson, em honra ao ator americano. Da mesma forma, seus amigos escolhem pseudônimos destinados à lhes forjar, simbolicamente, uma personalidade ideal.