As consequências da poluição vão além da degradação ambiental: o grupo de Astronomia do Departamento de Física da UFMG lança na quarta-feira campanha para conscientização sobre a qualidade do céu de Belo Horizonte. O objetivo é apontar os efeitos da poluição luminosa, causada por iluminação artificial inadequada, que dificulta cada vez mais a visão do céu. Denominada Maratona da Via Láctea, a iniciativa faz parte das atividades do Ano Internacional da Astronomia e acontece em todo o Brasil. Grupos regionais vão realizar programações específicas nos períodos de 20 a 28 de junho; 18 a 26 de julho; 15 a 23 de agosto e 12 a 20 de setembro. O céu em Belo Horizonte O público presente poderá avaliar o céu de Belo Horizonte, reportando a escala que se adequaria à capital. A atividade vai ser repetida nos próximos encontros do projeto, e os resultados da pesquisa serão publicados pela organização do Ano Internacional da Astronomia no Brasil. A intenção é apresentar as pesquisas às autoridades para que sejam originadas discussões sobre a poluição luminosa. Como exemplo das possibilidades de chegar a parcerias eficazes na minimização do problema, Renato Las Casas aponta o trabalho conjunto com a Cemig para a iluminação de uma região do município de Itaipé. “A iluminação do local foi feita pensando em não atrapalhar as atividades do Observatório Frei Rosário, que fica próximo. Assim, já há uma experiência na área, e acredito que possa surgir um trabalho interessante a partir disso”, afirma. O Quarta Crescente acontece no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, Rua Gustavo da Silveira 1035, Santa Inês, a partir das 18h30. Confira a programação completa aqui.
“Nesse primeiro momento, o objetivo é apresentar às pessoas o problema, e então realizar uma pesquisa sobre a qualidade do céu”, informa Renato Las Casas, professor do Departamento de Física da UFMG. Na próxima quarta-feira, 24 de junho, o projeto Quarta Crescente do Observatório do Museu vai levar a discussão aos participantes. Os professores e monitores vão falar sobre a poluição e apresentar uma escala de magnitude limite para o céu, baseada na constelação de Escorpião: do nível 0, em que não é possível ver nenhuma das estrelas, até o 10, em que o observador tem a visibilidade de toda a constelação.