A aquisição da escrita por alunos de 6 a 10 anos de idade é o tema da edição desta terça, 23, do projeto Ceale Debate. O evento, que acontece às 19h30, na Faculdade de Educação (Fae), no campus Pampulha, é aberto ao público e também será transmitido ao vivo pela Radio FaE, via internet: www.ceale.fae.ufmg.br. Raquel Fontes Martins, doutora em linguística pela UFMG, abordará em palestra as principais dificuldades das crianças que estão aprendendo a escrever, com base em trabalho que desenvolve no Centro de Estudos em Leitura e Escrita (Ceale), da Fae. O evento encerra a programação do primeiro semestre do Ceale Debate 2009, que volta em agosto. Não é necessário se inscrever para participar. Dificuldades A pesquisadora explica que as principais dificuldades das crianças que estão no processo de aprendizagem da escrita são ortográficas. Por isso defende que, além de estar ciente da estrutura e dos fenômenos da língua, o professor deve saber como agir. “O professor que faz um ditado falando ‘pente’ (e não ‘penti’, como normalmente a palavra é dita) está querendo dizer para o aluno: ‘escreva da forma como eu falo’. Mas a fala do ditado é artificial e, com isso, ele está criando uma ideia falsa de que a fala é igual à escrita”, exemplifica. Para Raquel Martins, a melhor estratégia seria mostrar ao aluno que a fala e a escrita, muitas vezes, não têm relação direta. “Falamos de um jeito mas escrevemos de outro. Por incrível que pareça, os professores não dizem isso”, ressalta. (Com assessoria de imprensa do Ceale)
Segundo Raquel Martins, até os cinco anos de idade a criança desenvolve a linguagem oral e, dos seis aos 12, em um ambiente adequado, desenvolve a linguagem escrita. De maneira geral, essa é a “sequência de aprendizagem” vivenciada pelas crianças. E esse caminho traz algumas dificuldades, tanto para quem aprende quanto para quem ensina.