Felipe Zig |
A UFMG assinou hoje com a Geyer Medicamentos, empresa farmacêutica de Porto Alegre, contrato de transferência de tecnologia que concede à empresa os direitos de desenvolvimento, teste, produção e comercialização da técnica de isolamento do Lactobacillus crispatus. A técnica foi desenvolvida pelo professor Jacques Nicoli, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), e vai ser usada para a criação de medicamento contra infecções vaginais. A pesquisa, que vem sendo desenvolvida há cerca de cinco anos, é pioneira, segundo o professor Nicoli. “Já se conhece a função dos lactobacillus para o trato digestivo, mas o uso ginecológico é inovador. Há um longo caminho de estudos pela frente”, diz. Como contrapartida à concessão dos direitos, a empresa gaúcha pagará à UFMG taxa referente ao licenciamento da tecnologia e aos royalties da comercialização do produto final. O próximo passo da pesquisa, que vai ser conduzido pela Geyer, será o aprimoramento do processo de isolamento do micro-organismo. “Nós já temos o micro-organismo isolado, mas ainda precisamos colocá-lo em forma terapêutica adequada para a utilização em seres humanos”, esclarece o diretor geral da empresa, Carlos Alexandre Geyer. Todo o processo de experimentos, testes clínicos e pedido de registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o que permitirá a comercialização do medicamento, levará aproximadamente sete anos. Papel
O reitor Ronaldo Pena ressaltou a importância da parceria em tornar disponível o conhecimento produzido pela Universidade. “É uma satisfação ver que a UFMG está cumprindo o seu papel de não só gerar o conhecimento, mas de também de torná-lo acessível à sociedade.”