Em solenidade nesta quinta-feira, 6, em Águas de Lindóia (SP), durante 49º Congresso Brasileiro de Olericultura, alunos de graduação do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG recebem o Prêmio Associação Brasileira de Horticultura (ABH) de Iniciação Científica. O trabalho premiado na categoria Plantas medicinais, aromáticas e condimentares, aborda o tema Estudo do crescimento e produção de flavonóides totais por seis acessos de Dimorphandra. A pesquisa foi realizada pelos acadêmicos Samuel Vasconcelos Valadares, Camila Karen Reis Barbosa e Rafael Vasconcelos Valadares e Leonardo Ferreira da Silva, recém-egresso do curso de Agronomia, sob orientação do professor Ernane Ronie Martins e co-orientação do professor Luiz Arnaldo Fernandes. Espécies ameaçadas Samuel Valadares explica que o principal princípio ativo das duas espécies é a rutina, substância que, pela propriedade de reforçar os vasos sanguíneos, é muito utilizada no tratamento de doenças relacionadas à circulação sanguínea, como varizes. Segundo o estudante, atualmente, a maior parte da rutina utilizada em todo o mundo vem da fava d’anta, que é extraída de forma predatória, o que ameaça o futuro da espécie. Os estudos realizados no ICA demonstraram que o faveiro de wilson também possui grande potencial medicinal e de cultivo. “O principal enfoque do nosso estudo é na importância da conservação e do cultivo dessas espécies”, frisa Samuel. O trabalho premiado faz parte de um conjunto de estudos que vêm sendo realizados no Instituto de Ciências Agrárias (ICA), campus regional de Montes Claros, com espécies medicinais do cerrado, sob coordenação do professor Ernane Ronie Martins, com destaque para a fava-d’anta. O 49º Congresso Brasileiro de Olericultura começou no dia 3 e se encerra amanhã, 7 de agosto. (Com assessoria de comunicação do ICA)
O trabalho aborda duas espécies do cerrado: a fava d’anta ou favela (Dimorphandra mollis), ameaçada de extinção, e o faveiro de wilson (Dimorphandra wilsonii), vulnerável à extinção. No estudo, foram comparados o crescimento e a produção de flavonóides – substâncias responsáveis pelas propriedades medicinais das plantas – das duas espécies, a partir de coletas feitas em seis locais diferentes. As amostras foram coletadas nas cidades mineiras de Montes Claros, Claro dos Poções e Paraopebas.