Anne-Marie Christin, professora emérita da Universidade Denis Diderot Paris 7, fará no próximo dia 19 de agosto, na Faculdade de Letras (Fale) da UFMG, a conferência “Da ilustração como transgressão”, ligada a projeto de pesquisa sobre as origens icônicas da escrita e sobre as consequências que elas induziram na prática de sistemas históricos, do ideograma ao alfabeto. O evento é promovido pelo programa Visitas Internacionais, do Ieat – Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares. Codiretora do Centre d'Étude de l'Écriture et de l'Image (Centro de Estudo da Escrita e da Imagem), a pesquisadora defende que, ao transformar a escrita em código fonético, o alfabeto rompeu os laços que uniam o texto escrito a seu suporte icônico há aproximadamente três milênios. Mas seus utilizadores não deixaram, ao longo dos séculos, de buscar essa visibilidade perdida que se tornado indispensável para eles. O objetivo desta apresentação será mostrar que, da iluminura medieval ao “livro de artista” contemporâneo, passando pelo emblema renascentista, foi através dos modos de lidar com a ilustração que a civilização do alfabeto conseguiu reinstaurar a comunicação “transgressiva”, associando o mundo da imagem ao da fala do qual surgiu a escrita. Autora de inúmeras publicações, Anne-Marie Christin desenvolve pesquisas de caráter essencialmente interdisciplinar com o objetivo de identificar a presença da imagem nos diferentes sistemas de escrita, bem como analisar a influência das artes plásticas sobre a literatura na França nos séculos XIX e XX a partir do exame do papel exercido pelas civilizações do ideograma. A conferência vai acontecer a partir das 14h, no auditório 1007 da Fale. O evento é aberto ao público. Outras informações pelos telefones (31) 3409-4123 e 3409-5509, ou no site do Ieat.