O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulgou esta semana o censo do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, realizado durante o ano de 2008. Participaram 422 instituições, que registravam 22.797 grupos de pesquisa formados por mais de 104 mil pesquisadores, sendo 66.785 doutores. No comparativo com o censo de 2002, o crescimento do número de grupos cadastrados foi de 50%. O número de pesquisadores aumentou 83% e o de doutores 94% no mesmo período. Participação feminina O censo do CNPq reflete o cenário atualizado da ciência brasileira a partir das informações dos grupos de pesquisa cadastrados. O Diretório dos Grupos de Pesquisa foi criado em 1993 pelo CNPq e suas informações são atualizadas permanentemente. Os dados completos de todos os censos já realizados, com séries históricas, súmulas estatísticas e buscas detalhadas podem ser acessadas em dgp.cnpq.br/censos/index.htm. (Com assessoria de comunicação social do CNPq)
Descentralização
O censo 2008 revela que todas as regiões cresceram em termos absolutos desde o primeiro censo, realizado em 1993. Em termos relativos, as regiões Norte e Nordeste foram as que registraram maior aumento percentual nos últimos 15 anos: 176% e 71%, respectivamente.
Os dados mostram ainda uma tendência de descentralização regional da pesquisa. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste foram as que mais cresceram em 2008. Sua participação conjunta em relação a 2006 passou de 26% para 28%.
Em 1993, a região Sudeste concentrava 68,5% dos grupos de pesquisa registrados. Em 2008, o índice diminuiu para 48,8%. Contudo, o número total de grupos quase quadruplicou, passando de 3.015 para 11.120.
Linhas de Pesquisa
Foram registradas 86.075 linhas de pesquisa, quase dez mil a mais que no censo anterior. As três ciências com maior cadastramento foram as engenharias e ciências da computação, com 15,3%, ciências humanas, com 14,7%, e ciências biológicas, com 14%. As áreas de medicina, educação e agronomia continuam sendo as três maiores em número de linhas de pesquisa.
Dos pesquisadores cadastrados em 2008, 49% são mulheres e 51% homens. Quando a liderança dos grupos é analisada, a participação feminina cai para 45%. Apesar disso, os números indicam uma evolução da presença feminina na realização de pesquisas. Se o critério comparativo for apenas por não líderes, o percentual de mulheres supera o de homens: 51% contra 49%. Em 1993, de cada cem pesquisadores, apenas 39 eram mulheres.