O físico Maurizio Serva, da Universidade de L’Aquila, na Itália, propôs recentemente um método automatizado para medição da distância entre línguas. Seus resultados podem ser replicados por estudos que usem a mesma base de dados e não exige conhecimento linguístico específico por parte do pesquisador. O método permite também uma comparação rápida de um grande número de línguas. Maurizio Serva vai apresentar seu trabalho em conferência hoje, dia 26, no auditório 3 do ICEx (campus Pampulha), a partir das 15h30. O evento integra o projeto Visitas Internacionais, do Ieat – Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares. Segundo Serva, as línguas evoluem com o tempo em um processo em que reprodução, mutação e extinção são todos possíveis, de forma semelhante ao que acontece com os organismos vivos. Usando esta similaridade é possível, ele explica, em princípio, construir árvores genealógicas que mostrem o grau de parentesco entre línguas. Maurizio Serva é graduado em Física pela Università degli Studi di Roma “La Sapienza” e possui doutorado, também em Física, pela Universidade de Bielefeld, na Alemanha. Sua produção científica caracteriza-se pela aplicação de processos estocásticos (aleatórios, determinados pela imprevisibilidade) na Física Quântica, Mecânica Estatística, Genética, Linguística e Finanças. Outras informações no site do Ieat.
O método foi aplicado aos grupos Indoeuropeu e Austronésio, considerando, em cada caso, 50 línguas diferentes. As árvores genealógicas resultantes são semelhantes às de estudos anteriores, mas com algumas diferenças importantes na posição de poucas línguas e subgrupos. Segundo o pesquisador, essas diferenças carregam informações novas sobre a estrutura da árvore e sobre as relações filogenéticas dentro das famílias.