Aberta à visitação pública a partir desta quarta-feira, 9, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), a mostra Poussin Restauração exibe tela que foi restaurada com a colaboração de professores e pesquisadores do Laboratório de Ciência da Conservação (Lacicor), da Escola de Belas Artes da UFMG. A mostra, que integra o calendário oficial de eventos do Ano da França no Brasil, explica todo o processo de recuperação do quadro Hymeneus travestido assistindo a uma dança em honra a Príapo, datado entre 1634 e 1638. O quadro é uma das maiores obras do classicista francês Nicolas Poussin. O processo de restauro foi realizado em oito meses por equipe multidisciplinar de cientistas e restauradores franceses e nacionais. Segundo o diretor da Escola de Belas Artes da UFMG, professor Luiz Souza, os pesquisadores do Lacicor executaram a documentação científica por imagem e análises científicas dos materiais constantes da obra. “No processo, foram geradas imagens em alta resolução da obra, através do uso de diversas radiações, como a luz visível, luz infravermelha, fluorescência de ultravioleta, luz rasante, e do uso de radiografias-X”, detalha Luiz Souza. Ele explica que as imagens geradas e as análises de materiais são elementos fundamentais para o processo de intervenção de restauração. Os trabalhos envolveram pesquisadores brasileiros da UFMG e do Masp, além de pesquisadores do Centro de Pesquisa e Restauração dos Museus da França. De acordo com informações do Masp, a exposição, localizada no 2° andar do museu, não se resume ao quadro. Todo o processo da restauração está exposto de forma didática, ilustrado com fotos e vídeos que revelam a complexidade do processo. Outra curiosidade é que, durante o processo de limpeza, foi feita uma importante descoberta durante a remoção de uma repintura de pudor. Ela encobria o falo da figura mitológica de Príapo, o deus da fertilidade.
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