Diogo Domingues |
O atual modelo de gestão do sistema de transporte na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi alvo de críticas nesta quinta-feira, dia 24, durante o seminário Gestão (des) integrada dos sistemas de transporte na RMBH, realizado na Escola de Engenharia do campus Pampulha da UFMG. Coordenador do seminário, o professor Ronaldo Gouvêa, da Escola de Engenharia, disse que a falta de integração começa pelo fato de um serviço público, o transporte, ser gerenciado por várias agências em um mesmo território, a Região Metropolitana de Belo Horizonte. “O governo federal gerencia o trem metropolitano, o governo do estado, as linhas intermunicipais metropolitanas e cada município gerencia, de forma descentralizada, seu próprio sistema, enquanto as regiões metropolitanas deveriam receber um tratamento diferenciado", argumentou o professor. Trem Metropolitano Ele também fez um histórico da implantação da linha 1 do trem metropolitano, processo iniciado em 1981 e concluído em 2005. Foi nesse ano que a linha, originada no Eldorado, chegou à Estação Vilarinho, em um total de 28,2 quilômetros. “O trem não foi regionalizado e há escassez dos recursos federais investidos, além da oferta insuficiente de veículos. Outro ponto negativo é a baixa integração dos sistemas de transporte.” O seminário contou também com a participação do arquiteto Jorge Vilela, do arquiteto e urbanista Zenilton Kleber Gonçalves do Patrocínio e do engenheiro Osias Baptista Neto, que falaram sobre a mobilidade no período em que funcionava o Planejamento Metropolitano de Belo Horizonte (Plambel), da Companhia de Transportes Urbanos da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Metrobel) e a autarquia Transportes Metropolitanos (Transmetro). O advogado Gustavo Gomes Machado tratou das políticas sociais no contexto das regiões metropolitanas. O evento foi aberto na manhã desta quinta-feira pelos professores Fernando Amorim de Paula, diretor da Escola de Engenharia da UFMG; Nilson Tadeu Ramos Nunes, coordenador geral do Nucletrans; e José Osvaldo Lasmar, diretor geral da Agência RMBH. O seminário foi promovido pela Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, em parceria com o Núcleo de Transportes da Escola de Engenharia da UFMG (Nucletrans).
O engenheiro João Ernani Antunes Costa assinalou que a Região Metropolitana de Belo Horizonte abriga o principal entroncamento ferroviário do Brasil – pelo local passam cerca de 70% do transporte de carga do país. Além disso, 20 dos 34 municípios da RMBH são contemplados pelo transporte ferroviário de carga. “Das estações Central e Horto da capital sai um grande número de linhas de trem, para direções diversas, como o Nordeste, Rio de Janeiro e São Paulo.”