Izabella Antunes Pimenta, aluna do 8º período de Engenharia Química na UFMG, ficou com um dos prêmios principais do Destaque do Ano na Iniciação Científica, promovido pelo CNPq. Seu trabalho, realizado como bolsista do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, é parte de pesquisa sobre liberação controlada de fármacos e foi considerado o melhor na área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias. A estudante vai receber R$ 5.100 e uma bolsa de mestrado, e terá oportunidade de apresentar sua pesquisa em evento previsto para 2010. O prêmio será entregue no próximo dia 19, em Brasília. O trabalho de Izabella Pimenta – “Síntese de redes interpenetrantes de gel polimérico em sílica nanoporosa estruturalmente ordenada para bioaplicação” – está em andamento e tem como orientadora Edésia Martins Barros de Sousa, mestre e doutora pela UFMG na área de engenharia metalúrgica e de minas, e pós-doutora pela Universidad Complutense de Madrid. O CNPq avaliou 104 trabalhos, sendo 31 da área em que Izabella concorreu. Participaram 62 instituições, entre universidades e institutos de pesquisa. “O prêmio é um grande incentivo para que eu continue no caminho da pesquisa e faça mestrado e doutorado”, afirmou Izabella, que ainda não conhece detalhes da bolsa que vai receber. Edésia de Barros Sousa apoia os planos da estudante. “Ela é extremamente dedicada e tem o perfil apropriado para um cientista.” Dispositivo termossensível O polímero é sintetizado dentro dos poros da sílica. Como o gel é termossensível – se expande e se contrai de acordo com a temperatura –, o medicamento é liberado de acordo com a necessidade do organismo. Os testes incluíram a produção de uma pastilha com fármaco-modelo e a utilização de fluido corpóreo simulado (SBF). “Um aparelho especial mede o nível de absorção ao longo do tempo, e pudemos constatar que a liberação da substância pelo material híbrido é maior e mais adequada que pela sílica pura”, explica Izabella Pimenta. Edésia Sousa lembra que a sílica já é conhecida como material biocompatível, mas salienta que a substância sintetizada para essa pesquisa (nanoporosa e estruturalmente ordenada) é novidade. “Ela facilita a entrada do gel e confere estabilidade ao dispositivo”, esclarece a orientadora.
Izabella Pimenta foi premiada por estudo que combinou um polímero (molécula de cadeia longa) em forma de gel com sílica porosa. Este material híbrido tem se revelado capaz de transportar medicamentos e promover sua liberação gradual, o que deve maximizar efeitos terapêuticos e diminuir os colaterais.