O reitor da UFMG, Ronaldo Tadêu Pena, divulgou nota à comunidade esclarecendo episódios ocorridos durante a campanha à sucessão na Instituição. Conheça a íntegra: Encerrados os trâmites internos relativos ao processo de sucessão para Reitor, sinto-me no dever de levar ao conhecimento da Comunidade fatos ocorridos durante a campanha que, de maneira absolutamente injustificada e dissociada da verdade, veicularam ofensas ao atual Reitorado, de modo particular, à Professora Heloisa Maria Murgel Starling, vice-reitora da UFMG. Refiro-me aos documentos: “Uma outra UFMG é possível - Carta Aberta do DCE de apoio à Chapa 1”, cuja divulgação iniciou-se em 2 de outubro de 2009, e “Manifesto - Estudantes por uma nova universidade”, este assinado por um grupo de estudantes e amplamente divulgado em nossa comunidade às vésperas da eleição. Esta minha nota à comunidade inspira-se no apreço pela verdade, no combate ao uso da mentira como estratégia política. A mentira é diferente da versão. Uma versão pode ser inexata ou contrastável com outras, mas implica sempre um compromisso com a realidade factual. A mentira, ao contrário, distorce, nega e encoberta, cuidadosamente com camadas de falsidade, a integridade dos fatos. Além dessas razões, motiva-me o propósito de fazer justiça. O primeiro dos documentos supramencionados afirma que: “A atual Reitoria (Ronaldo Pena/Heloisa Starling)...reprimiu estudantes chamando a polícia no campus em 2008”. No segundo documento, assinado por um grupo de estudantes, está escrito: “De triste memória, em 2008, podemos citar também a nefasta invasão no IGC, onde um agressivo contingente de policiais, cavalos, motos, 9 viaturas, e até um helicóptero, foram usados para impedir a exibição de um documentário. Chegaram cercando o prédio, prendendo estudantes, ofendendo e agredindo fisicamente professores e funcionários, violando o direito das pessoas, quebrando regras básicas da democracia. Isso aconteceu sob total omissão da vice-reitora Heloisa Starling, que permaneceu calada durante toda a operação, no prédio da reitoria”. Tais afirmações estão muito longe de corresponder à verdade dos acontecimentos, que foram os seguintes: 1.O fato que motivou a presença da polícia no Campus, a proibição da exibição de um filme, foi uma decisão interna da diretoria do IGC; 5.1. O acompanhamento jurídico, na pessoa do Procurador Geral, professor Fernando Jayme, ao estudante preso; O relatório da Comissão, aprovado sem restrição pelo Conselho Universitário, isenta a vice-reitora de qualquer responsabilidade pelos lamentáveis eventos então ocorridos no IGC. Qualquer tentativa de atribuir responsabilidades à vice-reitora pela presença da polícia no campus incorre em inaceitável agressão à verdade. Assim, em respeito ao direito à memória e à verdade, redigi a presente nota, para ser amplamente divulgada na UFMG, inclusive em sua página web e em seu Boletim Informativo. Ronaldo Tadêu Pena - Reitor
2.A ordem para solicitar intervenção dos policiais que realizam a ronda do Campus partiu da diretora do IGC;
3.A partir daí, a ação policial teve os desdobramentos que são do conhecimento de todos;
4.Nem a diretora, nem a vice-diretora estavam presentes no IGC ou no campus Pampulha no momento em que a polícia atendeu ao chamado de intervenção;
5.A vice-reitora permaneceu na Reitoria, acompanhada de membros da equipe do Reitorado, até 3h da madrugada e providenciou:
5.2. O acompanhamento do Dr. Paulo Pimenta, assessor da Reitoria para a área da saúde, aos dois estudantes que foram examinados no Hospital João XXIII;
5.3. A convocação do oficial da PM responsável pela intervenção, do tenente encarregado da operação, do chefe da segurança interna e solicitou a retirada imediata da PM e as razões da sua presença no campus;
5.4. A convocação da diretora e da vice-diretora do IGC para explicações e tomada de providências conjuntas;
5.5. O atendimento à imprensa e a estudantes;
5.6. As medidas necessárias para manter o Reitor, que se encontrava em missão de trabalho na Alemanha, informado de tudo o que estava ocorrendo.
6.No dia seguinte, 4 de abril de 2008, às 9h, como é de sua prerrogativa estatutária, convocou o decano da UFMG para presidir uma Comissão encarregada da apuração das razões da presença da PM no campus. A formação da Comissão foi referendada pelo Conselho Universitário, que, inclusive indicou novos membros para integrá-la.
Belo Horizonte, 11 de novembro de 2009