Se o Brasil quer se tornar destaque olímpico, precisa valorizar o profissional do esporte. A afirmação é do diretor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG e membro do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Emerson Silami Garcia. Ele foi o responsável pela palestra magna do seminário legislativo Esporte, Infância e Adolescência - Caminho para a cidadania, que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais promove com entidades parceiras, entre elas a UFMG, até amanhã, dia 27. Em sua palestra, Emerson Silami resumiu os temas discutidos durante os cinco meses que precederam a etapa final do seminário. Nesse período, foram realizados quatro encontros regionais. Para o diretor, a formação dos profissionais da área é deficiente e não contempla adequadamente a iniciação ou o treinamento de atletas visando ao alto rendimento. "Um dos resultados disso é a importação de técnicos do exterior, o que já acontece em esportes como o basquete, voleibol, ginástica e atletismo", disse. "A educação física é vista como perda de tempo para muitos. As aulas têm sido reduzidas sistematicamente e não contam com instalações adequadas e suficientes na rede de ensino", falou. Ele se declarou contra a transferência de responsabilidade da formação esportiva para clubes ou escolas de esporte. "Isso não está correto." Silami comentou sobre a urgência de investimentos e atenção ao setor. "Posso aprender inglês em qualquer idade, mas a atividade física não pode esperar", disse, lembrando os benefícios do esporte para uma vida saudável. Sobre a valorização dos profissionais do esporte, o diretor foi enfático. "Não há emprego para técnico de esporte. Muitas prefeituras contratam monitor de esporte. Isso não existe", afirmou. Emerson Silami foi aplaudido ao defender a inclusão das aulas de educação física em pelo menos três dias da semana nos horários das escolas. Outro ponto de preocupação para a categoria, segundo ele, é a falta de continuidade de programas oficiais de governo. "A falência do esporte universitário também dificulta a sequência da carreira esportiva dos atletas após o ensino médio. Soma-se a isso o antagonismo entre esportes de rendimento e programas de inclusão social e de lazer", argumentou. Silami também comentou sobre o uso de drogas ilícitas pelos esportistas. "É preciso educação, não punição. Profissionais não gabaritados, muitas vezes sem formação, repassam substâncias químicas proibidas. Esses precisam ser punidos", comentou. (Com Assessoria de Comunicação da ALMG)