A edição desta sexta-feira, 4 de dezembro, da revista científica norte-americana Science circulará com artigo que, às vésperas da Conferência do Clima, promovida pela ONU, poderá introduzir novas contribuições a propostas de redução dos gases de efeito estufa na atmosfera. Tendo como principais autores Britaldo Soares Filho, do Instituto de Geociências da UFMG, e Daniel Nepstad, do Woods Hole Research Center (EUA), o estudo prevê o fim do desmatamento da Amazônia até 2020, com a adoção de mecanismos de compensação financeira pela comunidade internacional, como a Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) e outras transações decorrentes do mercado de créditos de carbono. O custo para a empreitada é avaliado entre 7 e 18 bilhões de dólares. Para chegar a esses números, os autores modelaram cenários em softwares desenvolvidos na UFMG, levando em conta tendências já em curso. O trabalho será apresentado na Conferência da ONU, a COP 15, que será aberta em Copenhague na próxima segunda-feira, 7 de dezembro. A partir de amanhã, os leitores poderão conferir reportagem sobre a pesquisa na edição 1.679 do Boletim UFMG, que estará disponível, às 18h, no endereço: www.ufmg.br/boletim. Conforme declarou o pesquisador Britaldo Soares à reportagem do jornal, a meta sobre a Amazônia sugerida no artigo da Science é factível. "Basta lembrarmos que, entre 2004 a 2009, houve redução de 27 mil quilômetros quadrados para sete mil quilômetros quadrados de desmatamento na região”. Simulações desenvolvidas pelo Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) da UFMG avaliam que o fim da derrubada da mata amazônica brasileira reduziria de 2% a 5% as emissões globais de carbono – o que traria grande impacto sobre o efeito estufa. Intitulado The end of deforestation in the Brazilian Amazon, o artigo integra o vol. 326 da Science e pode ser acessado no endereço www.science.org.