A empresa Verti Ecotecnologias, que tem entre seus criadores professor da UFMG, recebeu, no último dia 11, o Prêmio Abiquim de Tecnologia, na categoria empresa nascente. Especializada em reduzir o fosso existente entre tecnologias desenvolvidas nas universidades e o mercado, a Verti foi permiada especialmente pela apresentação de pesquisa que prevê o aproveitamento da glicerina, gerada no processo de produção do biodiesel. Um de seus autores é o professor do Departamento de Química do ICEx Rochel Lago. Denominada Novas rotas para a transformação da glicerina, rejeito do biodiesel, em produtos para aplicação tecnológica e de valor agregado, a investigação gerou produto que poderá ter impacto ambiental e econômico para empresas mineradoras. Pedido de patente já foi depositado pela UFMG. Como informa o diretor-executivo da Verti, Euler Santos, o licenciamento da tecnologia para a empresa encontra-se em fase de negociação com a Universidade. A Verti, que possui equipe de especialistas e laboratório próprio para escalonamento em planta-piloto das tecnologias, está desenvolvendo plano de negócio para transferir o produto para o mercado. O potencial de seu sucesso pode ser identificado pela dimensão do problema que, em pouco tempo, se tornará a estocagem da glicerina no país. "O país consome hoje 10 mil metros cúbicos de glicerina ao ano, mas já produz, a partir da transferificação do biodiesel, 120 mil metros cúblicos, no mesmo período", relata Euler Santos. A tecnologia pesquisada na UFMG permite o reaproveitamento dessa glicerina na produção de supressor de poeira - sob a forma de spray, ele impermeabiliza o pó de minério de ferro, jogado nos vagões de trem. Bastante utilizado por empresas mineradoras, o supressor cria uma película sobre o pó e evita perdas de até 20% no seu transporte, provocadas pelo ventro ou outros fenômenos meteorológicos. Atualmente, como informa o diretor da Verti, os produtos disponíveis no mercado são fabricados a partir de polímeros importados e seu preço oscila em torno de R$ 9 o litro. Projeções da empresa avaliam que o supressor da UFMG ficará entre R$ 2,50 a R$ 3,50 o litro. A pesquisa concorreu com outras 30 propostas de todo o país. Criado em 2001, o Prêmio de Tecnologia da Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim) tem o objetivo de promover a inovação e o aumento da competitividade do setor químico. Participam empresas, esquisadores e empresas nascentes que tenham desenvolvido projetos ou casos de inovação tecnológica na área química. O trabalho contou ainda com as participações do pesquisador Jamerson Matos, mestre pelo ICEx, em química, e de Lucas Kemp, aluno de graduação, que receberam bolsas da Fapemig e do Bitec, do Instituto Evaldo Lodi (IEL). Assista aqui ao vídeo de apresentação da tecnologia premaida.