As novas versões de Saci, Cacic, Curupira e Cocar passam distante de ambientes naturais. Elas nomeiam alguns dos 37 softwares livres disponíveis no Portal do Software Público Brasileiro e que agora integram espaço similar lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Denominada Rede Colaborativa de Software Livre e Aberto (RCSLA), a iniciativa está reunindo desenvolvedores latino-americanos de softwares de interesse público e com código livre para adaptações. O projeto, abrigado no enfereço www.pnud.org.br/rcsla faz parte de estratégia destinada a intensificar também a integração de profissionais do setor na América Latina, baseada na experiência do Portal brasileiro, tornando livre o acesso a ferramentas diversas, úteis na gestão hospitalar, administrativa, educacional, de conteúdos virtuais e de bancos de dados, entre outras. Eles observam ainda que um banco de dados com os resultados dos levantamentos, as melhores práticas e de instituições especializadas em teste e certificação de soluções software livre na região, será mantido pela RCSLA. Legislação Além disso, os representantes dos países que integram a coordenação internacional do projeto devem discutir os efeitos sociais e econômicos da aplicação dos softwares em cada país, considerando os problemas ligados ao fornecimento e à gestão dos programas. Para expandir o desenvolvimento de softwares livres, o projeto vai estimular a criação de portais semelhantes em outros países, que deverão se integrar aos já existentes também no Paraguai e Peru. O projeto também prevê a criação de uma base comum de usuários. Assim, os desenvolvedores cadastrados em um determinado portal podem participar da criação de softwares de outros países. Leia mais sobre o RCSLA na edição 1681 do Boletim UFMG: (Com assessoria de imprensa do Pnud)
“Esse trabalho deverá promover mudança de paradigmas no mercado”, avalia o professor Wagner Meira Jr., do Departamento de Ciência da Computação (DCC), que coordena a primeira célula em atividade do programa. e que terá a função de ser a sua executora. A atuação da Rede ocorrerá por meio do mapeamento, avaliação e divulgação das necessidades governamentais de software livre e aberto na região. "Com base nos levantamentos e estudos realizados, será estabelecida uma rede que permitirá a clientes localizarem possíveis soluções para seus problemas, assim como a fornecedores identificarem demandas para as quais podem direcionar seus esforços, com apoio da mediação da Rede", registram os coordenadores, no site do projeto.
Informações divulgadas pelo Pnud esclarecem que o trabalho da coordenação deverá se concentrar em adaptar o modelo de desenvolvimento e distribuição de softwares livres à legislação de cada pais. De acordo com o coordenador do Portal do Software Público Brasileiro, Corinto Meffe, o principal desafio é adequar às ferramentas às leis nacionais sobre direitos autorais e propriedade intelectual. Será preciso analisar a situação jurídica e propor soluções para a adaptação. "O modelo adotado para o conjunto dos países não pode ser idêntico ao nosso", comenta.