O Brasil tem vários museus que resgatam a história da medicina, mas pouco conhecidos da população. Para seus responsáveis, são espaços que não têm o devido valor reconhecido no contexto da memória nacional. É com o objetivo de mudar esse cenário que diretores de museus se reúnem hoje (11) e sexta-feira (12) no Rio de Janeiro, para o 1º Encontro Nacional de Museus da Medicina. A Federação Nacional dos Médicos promove o encontro em parceria com o Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul e com o apoio dos sindicatos dos médicos da Bahia, do Pará, de Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais e do Rio de Grande do Sul. Entre as peças que integram os acervos dos museus de medicina, estão obras de Candido Portinari, Rodolfo Bernadelli, Batista da Costa e René Lalique. Há também uma réplica fiel do estetoscópio em madeira inventado por Renné Laënnec em 1818, cujo original foi trazido para o Brasil pelo médico de dom Pedro I, e exemplares de óculos que pertenceram a escritores, intelectuais e políticos, como dom Pedro II, Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Ruy Barbosa, Guimarães Rosa e José Lins do Rego. Também merecem destaque, entre as peças dos museus, o trono onde dom Pedro II se sentava quando participava das sessões solenes da Academia Nacional de Medicina e objetos de uso pessoal dos médicos Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Miguel Couto e Juliano Moreira. Muitas peças curiosas mostram de que maneira a medicina era praticada antigamente, como os bisturis utilizados no século 19, o aparelho de alta frequência usado na década de 20 para terapia por meio de corrente elétrica; a seringa do século 18 utilizada na lavagem de ouvidos e selos raros ligados a personalidades e fatos históricos da medicina. Entre outros temas a serem tratados no encontro, estão o Museu Virtual de Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o acervo tridimensional do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, o Centro de Memória da Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, o Museu Histórico Professor Carlos da Silva Lacaz, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a Sociedade Brasileira de História da Medicina e os Centros de Memória e Museu da Loucura. Cememor (Com Agência Brasil)
O objetivo é implantar a Rede Nacional de Museus da História da Medicina, com a responsabilidade de facilitar o acesso público ao acervo guardado nos museus existentes, entre os quais o do Rio de Janeiro e o do Rio Grande do Sul figuram como os mais organizados e completos do país.
o Centro de Memória da Medicina (Cememor) da UFMG foi criado em 1977 e é aberto ao público. Seu acervo abriga livros, documentos, quadros, esculturas, equipamentos técnicos e outras peças relacionadas à história da medicina e da saúde. Em seu endereço na internet (www.medicina.ufmg.br/cememor), os usuários têm acesso a biografias de médicos ilustres que se formaram pela UFMG, além de textos e imagens de ferramentas utilizadas peloa antigos médicos em Mians Gerais.