A linguista Leonor Scliar-Cabral, professora emérita da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), dará palestra nesta sexta-feira, dia 12, sobre desafios para a tradução poética de Sagração do alfabeto, livro que lança este fim de semana em Belo Horizonte. O evento terá início às 9h30, no auditório 2001 da Faculdade Letras da UFMG, com entrada franca. Na obra, composta de 22 sonetos, ela trabalha com aspectos da evolução do alfabeto, ressaltando muitas vezes o processo metonímico, que consiste em tomar parte pelo todo do hieróglifo até a se chegar a poucos traços abstratos que se articulam entre si. Segundo a professora, a tradução literária, particularmente a poética, é regida por processos psicolinguísticos distintos dos que norteiam a tradução técnica ou didática. O tradutor poético pretende encontrar equivalências estéticas, a partir dos parâmetros formais estabelecidos pela história cultural de uma dada sociedade, como é o caso da métrica. “Em Sagração do alfabeto, tais desafios foram enormes, porque, além da temática ser a evolução desde o alfabeto proto-sinaítico, trabalhei muito com os valores sonoros atribuídos às letras, que são exclusivos de cada língua”, explica Leonor. O lançamento de Sagração do alfabeto em Belo Horizonte será no sábado, dia 13 de março, a partir das 10h, na Livraria Café com Letras (rua Antônio de Albuquerque, 781, na Savassi). A palestra é promovida pela Área de Tradução da Faculdade de Letras, Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Laboratório Experimental de Tradução (Letra) e Núcleo de Estudos Judaicos da UFMG (NEJ). A palestrante
Leonor Scliar-Cabral é professora emérita da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorada pela Universidade de Montreal, foi presidente por dois mandatos da International Society of Applied Psycholinguistics (ISAPL), da qual é hoje presidente de honra. Integra conselhos editoriais de publicações brasileiras estrangeiras. Leonor é pesquisadora do CNPq desde a década de 1970 e hoje coordena o Grupo de Pesquisa Produtividade Linguística Emergente. Tem dezenas de trabalhos publicados no Brasil e no exterior, incluindo pesquisas sobre o cancioneiro e a literatura sefarditas. Ultimamente vem se dedicando à prevenção ao analfabetismo funcional.