Dois pesquisadores da Escola de Engenharia da UFMG desenvolveram uma nova tecnologia para fabricação de postes para redes elétricas. Carlos Alberto Cimini Junior e Estevam Barbosa de Lãs Casas aplicam a configuração semimonocoque em um material composto com fibra de vidro e resina. O conceito é inspirado em estruturas aeronáuticas como as usadas em fuselagens de aviões. Por isso o poste é extremamente leve e, ao mesmo tempo, rígido e resistente, podendo ser alternativa para substituir os de iluminação convencionais de concreto, aço ou madeira, nas redes de transmissão de energia elétrica. Grandes empresas, como a Cemig, já manifestaram interesse pela tecnologia. Outra possibilidade de aplicação é como suporte de turbinas eólicas, mercado em expansão no cenário internacional. Para melhor aproveitamento da potência do vento são necessárias torres de no mínimo 30 metros de altura. A estrutura semimonocoque permite a fabricação de postes com alturas mais elevadas, mantendo a leveza e a resistência. Semimonocoque Já a resina epóxi foi preferida no projeto por apresentar resistência elevada e boa adesão com as fibras. Os protótipos laboratoriais submetidos a testes de flexão, compressão e torção demonstraram bons resultados. Segurança Diferencial Os pesquisadores devem optar pela transferência de tecnologia para uma empresa interessada em fabricar os postes. Empresas distribuidoras de energia que instalam postes de iluminação e torres de transmissão são o mercado-alvo. Além delas, outro cliente potencial são prefeituras e empreendedores privados interessados em modernizar e inovar a paisagem, melhorar a infraestrutura de distribuição de energia e oferecer mais segurança em diversos espaços. (Com Sebrae)
O conceito de estrutura semimonocoque nesse tipo de poste se baseia em seções cilíndricas concêntricas reforçadas por barras longitudinais fabricadas com resina epóxi e fibra de vidro. Esse material foi escolhido por apresentar alta resistência e baixo custo quando comparado à fibra de carbono ou de aramida,por exemplo; dois materiais com alta resistência mecânica.
Os postes convencionais podem ser feitos de aço, madeira e concreto. Apesar de terem custo reduzido, eles são pesados, o que influencia diretamente nas despesas de transporte. “Em muitos casos esses postes percorrem longas distâncias para chegar a locais isolados”, lembra Cimini Junior, que coordena o projeto. Ainda por serem mais pesados, os postes de concreto e de aço exigem fundações mais robustas, que impactam nos custos da instalação. Os postes desenvolvidos na UFMG é alternativa para os dois problemas.
Em Minas Gerais, a Cemig tem previsão de construir até o fim de 2010, 65 mil quilômetros de redes, instalar 120 mil transformadores e 580 mil postes. Além da dificuldade e do alto custo de transporte, os postes convencionais apresentam baixa resistência à fadiga quando comparados ao produto feito com materiais compostos poliméricos e fibras, como o da UFMG.
Outro diferencial do novo produto é o fato de estar associado a um software que possui a metodologia de projeto implementada. “Um programa computacional faz o projeto do poste automaticamente, considerando tamanho, modelo e materiais escolhidos”, diz Cimini.