A investigação da obra do século 19 do artista Édouard Manet em relação às práticas literárias paródicas encontradas na crítica de arte e na prosa poética de Charles Baudelaire e nos romances naturalistas de Emile Zola vão ganhar espaço para reflexão na UFMG. O tema é a questão central que a professora Lauren Weingarden, da Universidade da Flórida, vai explorar em conferência nesta quarta-feira, dia 26 de maio, ÀS 14H, na Faculdade de Educação da UFMG A entrada é aebrta ao público. Haverá traduçaõ simultânea. Denominada Reflexões sobre a modernidade de Baudelaire, a exposição de Weingarden propõe uma análise sofisticada sobre um tema chave indicativo das noções de modernidade, presente nas obras daqueles artistas franceses. "The painter of modern life” de Baudelaire (1863) servirá como ponto de partida para o argumento de que o espelho funciona simultaneamente como metáfora e como metonímia da modernidade e suas dualidades— fugaz e fragmentária e, contudo, eterna e imutável", explica texto divulgado pelo Instituto de Estudos Avançados e Transdisciplinares (Ieat), responsável pela vinda Weingarden à UFMG. Ainda de acordo texto dos organizadores, a obra de Baudelaire também exemplifica a forma pela qual as dualidades artísticas tornam-se inevitáveis ao focalizar a reação do artista à vida moderna. Segundo ainda análise fornecida pelo Ieat, ao considerar esse quadro no contexto de uma metrópole parisiense renovada, ela demonstra que o pintor, tal qual o autor de romances e de prosa poética, usou o espelho como veículo de autorreflexão crítica sobre as circunstâncias e as normas artísticas da modernidade. Esse quadro, entre outros, será usado para ilustrar como uma abordagem da paródia verbal e visual restaura as funções da técnica artística no domínio das práticas sociais e culturais. A conferência de Weingarden será aberta ao público. O horário e o local ainda serão anunciados pelo Ieat (www.ufmg.br/ieat). Weingarden Conheça aqui agenda da professora na UFMG
Manet: obra referenciada
"Aqui Baudelaire elabora um roteiro para a imersão do pintor no fluxo incessante e na fragmentação das modernas condições urbanas bem como seu afastamento deles, algo que o poeta exaltou como o 'multifário', “transitório e efêmero”. Nesta discussão, o quadro de Manet Un ba raux folies Bergère (1882) constitui a melhor ilustração das estratégias paródicas de Baudelaire e seus efeitos irônicos", registram.
Lauren Weingarden é professora do Departamento de História da Arte na Universidade do Estado da Flórida. As áreas de interesse de seus estudos incluem arte moderna, arquitetura, linguística, teoria literária e interpretação interdisciplinar. Sua vinda à UFMG está vinculada à cátedra Fundep do Ieat. Para maiores informações sobre Lauren Weingarden, veja em: http://mailer.fsu.edu/~lweingar.