A organização eletrônica de informações geradas por registros em saúde em prontuários de pacientes é a base do software RESWeb, desenvolvido por equipe de pesquisadores da Escola de Ciência da Informação da UFMG. O sistema possui série de funcionalidades que abrange a marcação de visitas, passando pelo atendimento médico, procedimentos executados e transmissão de dados. Sua aplicação se destina a clínicas e consultórios médicos que, em geral, não dispõem de recursos para informatizar o registro de saúde dos pacientes. A novidade na área é que o software estará disponível gratuitamente para o profissional na web. Não é necessário fazer o download do programa. Para utilizá-lo, o profissional precisa apenas acessar a internet. Isso permite mobilidade total, uma vez que os dados coletados e armazenados podem ser acessados de qualquer lugar, incluindo computadores de mão ou smartphones. Se, por exemplo, o médico quiser ter acesso ao histórico de um paciente em lugar distinto onde ele foi atendido, basta entrar na página do programa. "Hoje as informações médicas sobre uma pessoa não estão à disposição dos diversos sistemas de informação e instituições médicas pelas quais ele pode passar ao longo da vida. Ainda não há um repositório eletrônico para esse tipo de informação", diz o professor Marcelo Bax, coordenador do projeto. A tecnologia já está sendo testada em três clínicas de cardiologia na Flórida, Estados Unidos, e os resultados, conforme relatam os responsáveis, são considerados satisfatórios. Inteligente Outro diferencial da tecnologia é o uso de inteligência artifical nos módulos de diagnóstico e prescrição que, agregado a todas as informações do paciente presentes no prontuário, auxilia a tomada de decisão do médico. Segundo Marcelo Bax, o sisema pode, por exemplo, alertar o médico sobre a intolerância do paciente ao princípio ativo do medicamento considerado na prescrição, devido a alergias. Com a adesão de grupo maior de profissionais, o sistema constituirá importante banco de dados, que auxiliará o médico na escolha da terapêutica ou tratamento específico para cada doença. O sistema já conta com a tabela do Código Internacional de Doenças (CID) e, em breve, vai incorporar a Troca de Informações em Saúde Suplementar (Tiss), padrão que permite o intercâmbio de dados entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços, elaborado pela Agência Nacional de Saúde (ANS). (Com Sebrae)
O RESWeb armazena informações da visita inicial (anamnese), a evolução clínica do paciente, os resultados de exames laboratoriais, prescrições, imagens (como radiografias), além de documentos de ordem geral como autorizações de cirurgias. "As informações contidas no documento são extraídas po rmeio de assinatura digital do profissional e armazenadas de forma estruturada no banco de dados, permitindo sua exploração avançada por outros sistemas de informação", observa Bax.