Considerado um dos principais impactos ambientais causados pela mineração, a drenagem ácida tem origem a partir da oxidação de sulfetos metálicos que acidificam as águas, com possibilidade de mobilizar elementos tóxicos e poluir os recursos hídricos. Para a coordenadora do Instituto Nacional: Recursos Minerais, Água e Biodiversidade e professora do departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG, Virgínia Sampaio Teixeira Ciminelli, esse processo representa um dos maiores desafios da mineração em todo o mundo porque, uma vez iniciado, pode perdurar por séculos. “A drenagem ácida é catalisada por microorganismos, então é um processo autógeno”, afirma. Segundo a pesquisadora, no entanto, o Brasil hoje está mais atento a esse problema e tem muitos grupos que podem tratá-lo. “A UFMG, por exemplo, tem trabalhado nisso há alguns anos. Meu grupo, em particular, tem vários projetos relacionados a isso, ligados a empresas”, diz. O assunto será discutido por Ciminelli durante o II Simpósio de Mineração e Recursos Hídricos Subterrâneos, que será realizado no auditória da reitoria (campus Pampulha), de 30 de maio a 2 de junho. “Esse evento dá uma oportunidade de articular esses grupos, de discutir o tema”, argumenta. Ela será mediadora da mesa-redonda “Drenagem ácida: um desafio para a gestão dos recursos hídricos”, nesta segunda-feira, dia 31, às 10h30, com participação de integrantes do South America Network for Acid Prevention (Sanap), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e do Centro de Tecnologia Mineral Fundación Chile. O Simpósio terá também participação do professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG Celso de Oliveira Loureiro, que mediará a mesa-redonda “Aplicabilidade de métodos de simulação para projeto de rebaixamento do nível de água e avaliação de impactos”, no dia 1 de junho, às 16h. O evento é promovido pela Associação Brasileira de Águas Subterrâneas. A programação completa está disponível na página do Simpósio.