Dentro da divisão tradicional dos manuscritos de Karl Marx, os Grundrisse, redigidos entre 1857 e 1858, são o primeiro esboço de O capital. Neles, Marx elabora pela primeira vez sua teoria do valor e do dinheiro, contrapondo-se de modo polêmico aos socialistas utópicos e, naturalmente, à própria economia política. Em 2008, para comemorar os 150 anos da redação do manuscrito, pesquisadores do Cedeplar, da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (Face) – estudiosos da economia política contemporânea –, com apoio da Fundep, realizaram seminário para discutir a importância dos Grundrisse na atualidade. O resultado desse encontro poderá ser conferido na publicação Ensaio geral: Marx e a crítica da economia política (1857-1878), organizada por João Antonio de Paula, pró-reitor de Extensão da UFMG, que será lançado nesta terça-feira, dia 25, durante o Seminário de Diamantina. Com 176 páginas, a obra é dividida em duas partes. A primeira traz textos de Hugo Eduardo da Gama Cerqueira, Leonardo Gomes de Deus, Rolf Hecker, Ester Vaisman e João Antonio de Paula sobre o significado dos Grundrisse. Na segunda parte, João Machado Borges Neto, Eduardo da Motta e Albuquerque, Maria de Lourdes Rollemberg Mollo e João Antonio de Paula analisam a “Introdução” dos manuscritos. Durante o Seminário, haverá ainda lançamento da obra Para a crítica da economia política – Manuscrito de 1861-1863 (cadernos I a V) Terceiro Capítulo - O capítulo em geral, com tradução de Leonardo de Deus. Os cadernos são uma espécie de elo entre os Grundrisse e a publicação do primeiro caderno de O capital, em 1867, uma vez que o Manuscrito, iniciado em 1861, foi uma tentativa de sistematização das categorias desvendadas em 1857 e culminou com a publicação completa de O capital, em 1867. Além de ser a gênese mais precisa de várias categorias que compõem O capital, a obra oferece elementos para a compreensão dos próprios procedimentos empregados por seu autor na redação. Os dois volumes inauguram a coleção Economia, Política e Sociedade, da Editora Autêntica.