A professora Laura Tavares, pró-reitora de Extensão da UFRJ e presidente do Fórum de Pró-reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, e o professor João Antônio de Paula, pró-reitor de extensão da UFMG, participaram na manhã desta segunda-feira, 30, da primeira mesa-redonda do I Seminário Anual de Extensão: dimensão essencial para o desenvolvimento da universidade como instituição educativa, científica, tecnológica e cultural, promovido pela UFMG. O objetivo foi apresentar o contexto vivenciado pela extensão nas universidades atualmente, seu significado para as instituições e um panorama dessa prática na história. Essas propostas de mudança surgem, principalmente, por meio dos projetos de extensão que se caracterizam tanto pela pesquisa quanto pela intervenção na realidade social. “Uma das funções da universidade é a universalização do conhecimento. Por isso, não basta que o cientista se contente com estudos feitos em laboratório. Ele precisa participar do campo de tensão surgido da interlocução entre academia e sociedade”, ela explicou. A realização do evento continua até a tarde de amanhã, no auditório 1 da Face. Conheça a programação completa.
Laura Tavares (foto) preocupou-se em evidenciar as diversas definições de extensão ao longo dos anos, e em reafirmar o caráter dialógico que a prática deve manter com a sociedade. Segundo a professora, a extensão já foi entendida como prática assistencialista e como ferramenta para a modernização de técnicas incorporadas por empresas privadas, o que não relacionava a extensão com seu foco preferencial, os aspectos sociais. Porém, olhar para o social não pode significar incorrer no erro de tornar a instituição de ensino dependente das demandas provindas das necessidades imediatas encontradas no cotidiano. “A universidade não deve apenas refletir a sociedade, ela precisa propor projetos de transformação”, afirmou Laura Tavares.
O professor João Antônio de Paula (foto) contribuiu para a discussão com um breve panorama da extensão. Ele pincelou características da prática desde seu surgimento, na Idade Média, período em que surgiram as primeiras universidades, até a contemporaneidade. Ele também salientou enfaticamente a relação dialética que se estabelece entre academia e sociedade no momento da extensão. Segundo ele, é fundamental a realização dos “quatro is”: indissociabilidade de pesquisa, ensino e extensão; interdisciplinaridade das áreas científicas; impacto social gerado pela universidade na realidade social; e interação polifônica entre os atores sociais envolvidos na extensão.