Deficiências da medicina preventiva e a falta de profissionais de saúde em áreas distantes dos grandes centros são duas prioridades a serem enfrentadas na área da saúde, na visão da pesquisadora Mônica Viegas, uma das expositoras convidadas a participar do Fórum Democrático para o Desenvolvimento de Minas Gerais. Promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais de 15 a 24 de fevereiro, o evento tem o objetivo de colher contribuições de especialistas, parlamentares e cidadãos para a construção de sua agenda institucional, em dez áreas de atuação. Líder do grupo de pesquisa em Economia da Saúde e Criminalidade (Geesc) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Mônica Viegas participará do debate realizado na próxima quarta-feira, 23 de fevereiro, a partir de 9h, sobre o tema da saúde. Outros dois expositores são o secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Marcelo Gouvêa Teixeira, e o consultor da Secretaria de Estado da Saúde, José Maria Borges. Economista especializada na área da saúde, Mônica Viegas acredita que Minas Gerais avançou em muitas áreas, como o atendimento de urgência e emergência. "Nesse setor, por exemplo, temos uma coisa nova, que é uma central de regulação que monitora o tempo de acesso dos pacientes. Isso avançou muito. No cuidado ambulatorial, há hoje uma cobertura razoável, o que se deve muito a políticas municipais", avalia. A pesquisadora defende, no entanto, que o grande desafio hoje está no cuidado secundário, ou seja, o atendimento prestado por especialistas a pacientes que não são de urgência, mas que também não precisam apenas de cuidados ambulatoriais. "Em função da falta de acesso a esse tipo de atendimento, os pacientes acabam entrando no sistema quando já estão em uma situação mais grave. O problema não é a qualidade do atendimento, é o acesso a serviços preventivos, que evitam o agravamento de doenças renais, diabetes e hipertensão, por exemplo. Há até mesmo uma questão cultural envolvida", afirma. Outra questão que merece um debate aprofundado, para a pesquisadora, é a carência de profissionais de saúde em municípios distantes dos grandes centros. Para Mônica, poderiam ser criadas regras para a residência médica, de uma forma semelhante à da área jurídica, onde o profissional concursado inicia a carreira em comarcas mais distantes. Ela acredita que eventos como o Fórum Democrático são uma oportunidade para avançar em questões como essa, a partir da interação entre autoridades, profissionais e a população. A programação do fórum inclui debates sobre dez temas: assistência social; cultura; defesa social; desenvolvimento econômico e inovação; direitos humanos; educação; esporte e juventude; governança regional e urbana; meio ambiente; e saúde pública. As inscrições podem ser feitas por meio do portal da Assembleia (www.almg.gov.br) ou pessoalmente, no Centro de Atendimento do Cidadão (Rua Rodrigues Caldas, 30), até o início da atividade de interesse do participante. As contribuições dos participantes, assim como as sugestões e comentários encaminhados por meio da consulta pública, serão consolidadas em um documento, ao final do evento. O material será encaminhado aos deputados, às comissões e à Mesa Diretora, e servirá de subsídio para a construção da agenda de trabalhos da ALMG nos próximos anos. (Assessoria de Comunicação da ALMG)