Os trabalhadores que o praticam e também as empresas devem ser responsabilizados pelo assédio moral no ambiente de trabalho, afirmou a professora Margarida Barreto, da PUC-SP, que participa hoje do II Seminário sobre Assédio Moral, no auditório da reitoria da UFMG. Doutora em psicologia social e médica do trabalho, e considerada a maior autoridade brasileira no assunto, a pesquisadora falou esta manhã sobre Os danos à saúde causados aos trabalhadores pelas práticas do assédio moral no serviço público. O evento busca debater o problema dentro da realidade universitária Margarida Barreto fcou sua abordagem na organização e produção do mercado de trabalho contemporâneo. Segundo ela, as estratégias de gerenciamento são as principais causas do assédio moral nas empresas, a que estão sujeitos igualmente homens e mulheres. “O ritmo acelerado de produção se reflete na superficialidade das relações no ambiente de trabalho.” Ela apontou formas de manifestação do assédio nas empresas. Um funcionário que recebe ameaças, sofre isolamento produtivo em algum setor do trabalho, é vítima de fofocas e boatos, ou é direcionado para realizar trabalhos a que não está capacitado está sendo vítima de assédio moral. “As consequências são destrutivas”, ressaltou a pesquisadora, que mencionou insegurança e dores físicas e emocionais como os males que atingem as vítimas. Para a conferencista, o assédio moral pode ser entendido como forma extrema de violência psicológica e tem despertado grande preocupação e interesse por parte de pesquisadores, profissionais da área da saúde e do direito. O II Seminário Sobre Assédio Moral é promovido pelo Sindicato dos trabalhadores nas instituições federais de ensino (Sindifes), pelo Sindicato dos professores universidades federais de Belo Horizonte e Montes Claros (Apubh), pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE - UFMG) e pela Pró-Reitoria de Recursos Humanos da UFMG (Pró-RH), começou na manhã desta terça-feira, 31 de maio, no auditório da Reitoria, no campus Pampulha, e termina ainda hoje.