O programa Ciência sem fronteiras, lançado na última terça-feira pelo governo federal, deverá aumentar consideravelmente a oferta de bolsas de intercâmbio no exterior para alunos de graduação, mestrado e doutorado matriculados na UFMG. Em entrevista à rádio UFMG Educativa concedida na tarde de ontem e que vai ao ar nesta quinta-feira, o reitor Clélio Campolina estima que a Universidade receberá de 500 a mil bolsas de um total previsto de 25 mil por ano. Atualmente, a instituição mantém uma média de 250 bolsistas de intercâmbio no exterior. Essa estimativa, segundo ele, baseia-se na participação histórica da UFMG em programas governamentais envolvendo universidades federais. “A distribuição ainda não está quantificada, e ela não irá se basear em cotas por universidades. Vai depender da capacidade de resposta de cada instituição. Aquelas que não conseguirem absorver certo número terão bolsas transferidas para outras instituições”, lembrou o reitor durante a entrevista. O lançamento do programa foi feito pela presidente Dilma Rousseff durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, do qual o reitor Campolina é integrante. A iniciativa prevê a oferta de 100 mil bolsas durante quatro anos, das quais 75 mil serão financiadas pelo governo federal e 25 mil pela iniciativa privada. A previsão de desembolso é US$ 3,1 bilhões, valor que o reitor entende ser de baixo impacto. “Considerando o tamanho do orçamento do governo brasileiro, é uma quantia facilmente digerível”, avaliou. Humanidades O reitor Campolina acredita, no entanto, que alunos de áreas das ciências humanas deverão ser incluídos em etapas posteriores. “A área de planejamento urbano, por exemplo, é muito importante e precisa ser contemplada. Esperamos que ajustes sejam feitos mais adiante”, disse o reitor.
O programa oferecerá bolsas de graduação, mestrado sanduíche, doutorado sanduíche e doutorado pleno a estudantes de engenharias e áreas tecnológicas, sob o argumento de que o Brasil carece de uma formação mais consistente nesses campos do conhecimento. Um total de 238 universidades do exterior receberá os acadêmicos brasileiros.