A edição de outubro do projeto Cinecentro UFMG aborda o tema Cidades e cinema: por uma erótica territorial. O objetivo é trabalhar questões como excesso de outros, entrincheiramento na intimidade, práticas da exclusão e comunidades da diferença. Os filmes são exibidos às terças e quintas-feiras, sempre às 19h, com entrada franca, no Centro Cultural UFMG. Os professores da Escola de Arquitetura da UFMG Adriano Mattos Corrêa e Breno Thadeu de Silva são curadores do evento. Paralelamente à mostra, eles promovem, no Café Biografias, do Edifício Maleta, encontros com abordagem relacionada à temática dos filmes. A programação completa está disponível no site da mostra. O Centro Cultural se localiza à avenida Santos Dumont, 174, Centro. Outras informações pelo telefone 3409-8291. 25/10 O filme aborda a história de Ai, assistente social que paralelamente trabalha como prostituta. A narrativa não deixa claro, mas um dos motivos de Ai ter esta vida dupla é a questão financeira, pois é fácil imaginar que viver numa grande metrópole como Tóquio implica despesas altas. É através dos seus programas que conhecemos melhor Ai e seus clientes com os seus desejos e frustrações. O roteiro é denso o suficiente para o espectador compreender que esses “desvios de comportamento" estão intimamente ligados ao fenômeno da modernidade. 27/10 Alguns afirmam que Fassbinder estava para além do ponto de devassidão quando trabalhou o romance existencial e homoerótico escrito em 1953 por Jean Genet, que fala de paixão e assassinato. É inegável que ao resultado final falta a coesão das melhores obras do realizador, mas o filme revela um artista que se aventura perigosamente por novas fronteiras. Brad Davis é Querelle, marinheiro amoral e sexualmente imprudente que pavoneia a sua sensualidade para a admiração e desfalecimento de todos. Querelle, traficante de drogas, mata um marinheiro e refugia-se num sórdido bordel à beira-mar onde começa por descobrir a sua faceta homossexual. Franco Nero é o seu comandante que sucumbe à brejeirice masculina de Querelle e Jeanne Moreau é a cantora que também o deseja. Um conto de violência, paixão e intensa submissão sexual. O longa japonês Tóquio em decadência (1991), dirigido por Ryû Murakami, é a atração de hoje. Na quinta-feira, será exibida a produção franco-alemã Querelle (1983), dirigida por Rainer Werner Fassbinder .
Tóquio em decadência
(Topâzu)
de Ryû Murakami
Japão – 1991 – 112 min
Querelle
de Rainer Werner Fassbinder
Alemanha, França – 1983 – 108 min