A professora Helcimara Telles, do Departamento de Ciência Política da UFMG, participa hoje do Colóquio Internacional Brasil-España: Voto y Campaña en Perspectiva Comparada, na Faculdade de Ciências Políticas e Sociologia da Universidade Complutense de Madrid (UCM). O evento, promovido pelo grupo de pesquisa Opinião Pública, Marketing Político e Comportamento Eleitoral, da UFMG, e pelo Departamento de Ciência Política e Administração da UCM, pretende aproximar pesquisadores, estudantes e profissionais para realizar uma comparação acerca da decisão de voto e das estratégias de campanha nos dois países. “Ambas são nações que viveram sob regimes autoritários e que iniciaram o processo de redemocratização no mesmo período, a partir dos anos 70”, diz Helcimara. O colóquio vai abordar as diferenças no sistema político de Espanha e Brasil – enquanto o primeiro adotou o de lista fechada (voto no partido), o segundo utiliza o de lista aberta (voto no candidato). Além disso, ressalta Helcimara, as eleições espanholas são marcadas por forte polarização entre organizações de direita e de esquerda (o que resulta em pouca fragmentação no Congresso), diferentemente das campanhas brasileiras, cujos partidos não representam linhas ideológicas com tanta clareza. A legislação que controla campanhas eleitorais também é distinta nos dois países. Segundo a professora da UFMG, na Espanha, as redes sociais e a televisão têm peso bastante reduzido nas estratégias dos partidos, além do tempo para a propaganda ser menor do que no Brasil. De acoerdo com Helcimara, a grande aposta da organização do colóquio está na temática, "que é bastante atrativa, especialmente pela proximidade das eleições de 20 de novembro na Espanha e pelo cenário pré-eleições municipais no Brasil em 2012”.