O Memorial da Anistia, iniciativa do Ministério da Justiça e da UFMG, deverá ser inaugurado em outubro de 2013. O anúncio foi feito ontem, 13 de dezembro, durante reunião de balanço e planejamento dos trabalhos de implantação do Memorial. Realizado na Faculdade de Ciências Econômicas, no campus Pampulha, o encontro teve a presença do secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Paulo Abrão; da vice-reitora Rocksane Norton e de representantes do Comitê Curador, do Comitê de Acompanhamento da Sociedade Civil, da Associação de Amigos do Memorial, de conselheiros da Comissão de Anistia e dos comitês de Implantação pela UFMG e pelo Ministério da Justiça. De acordo com Paulo Abrão, 70% das pesquisas já foram realizadas e 35% do orçamento de R$ 24 milhões, executado. Após a licitação das obras, que deve acontecer em março, será possível construir cronograma mais detalhado de execução. “Está tudo dentro dos prazos”, afirmou. Além da apresentação do planejamento para 2012, a diretora do Memoria Abierta (Argentina), Patrícia Tappatá de Valdez, realizou conferência sobre locais de preservação da memória na América Latina. A cineasta Daniela Thomas, da equipe de Museografia, apresentou as obras e instalações que comporão o Memorial. A arquiteta Alethea Lessa expôs as plantas do Coleginho, que será reformado para abrigar o Memorial, além dos prédios anexos que serão construídos no complexo, situado na rua Carangola, 300, no bairro Santo Antônio. O Memorial da Anistia terá 3.260 m² de área construída, mais 1.000 m² do Coleginho, além da Praça de Acolhimento, com 3.260 m². O estacionamento será compartilhado com a Secretaria Municipal de Educação, que tem 80 vagas, mais as vagas remanescentes da Unidade Municipal de Educação Infantil que está sendo construída ao lado. Ainda dentro da programação da reunião, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, assinou a lei que dá a uma rua do bairro Confisco o nome da militante política Carmela Pezzuti, que lutou contra a ditadura militar. O Memorial também contará com diversos dossiês administrativos, fotos, imagens, relatos, testemunhos, livros, áudios e vídeos recebidos pela comissão por ocasião da campanha de doação de arquivos referentes ao período da ditadura militar. A estes documentos se somará ainda o acervo preservado pela própria UFMG, que inclui cerca de 10 mil fotos e 400 filmes da época. O espaço terá cinco andares de construção e uma praça e abrigará uma exposição permanente, com equipamentos multimídia e interativos, contendo depoimentos de ex-presos políticos. A localização da sede do Memorial foi decidida por um comissão criada em 2007 pelo Ministério da Justiça. Foram avaliados imóveis do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. (Assessoria de Imprensa da UFMG)
História
O Memorial da Anistia visa resgatar e preservar a memória do período da ditadura no Brasil e contará com um centro de pesquisa com acervo contendo materiais relativos aos 60 mil processos de indenização que foram apresentados na Comissão da Anistia Política.