Temas como cultura livre e memória da web serão tratados hoje e amanhã pela professora da Fafich Regina Helena Alves da Silva, durante o Campus Party Brasil, que se realiza em São Paulo. Ela participa do evento – que trata de inovação tecnológica, internet e entretenimento eletrônico – em três momentos: os debates sobre Cultura livre e inovação na educação (quinta, 9, às 10h), sobre Memória da web (quinta, às 21h15) e a oficina Mapas digitais e novas formas de representação do espaço (quarta, 8, e quinta, das 17h às 20h), que vai ministrar ao lado de Patrícia Azevedo, coordenadora do Programa Rede Jovem. A expectativa da pesquisadora, que coordena na UFMG o projeto Cartografia dos Sentidos, do Centro de Convergência de Novas Mídias, é que na primeira mesa se discuta a tendência a se acreditar que as produções divulgadas pela web pertencem à sociedade, o que não é seu caso. “Essa discussão tem sido conduzida de maneira errada, e é complicado achar que existem dois mundos com éticas diferentes, e que na internet deve haver liberdade total, sem respeito ao direito do autor”, afirma Regina Helena. Ela ressalta ficar à vontade para assumir essa posição, porque utiliza apenas softwares livres e torna disponíveis todas as suas produções. Regina vai debater o tema com Felipe Sanches, do laboratório comunitário Garoa Hacker Club, de São Paulo, o professor da Universidade Federal da Bahia Nelson Pretto e o pesquisador da Unicamp Tel Amiel. Seleção de conteúdos O projeto Cartografias dos Sentidos, que envolve estudantes em atividades de registros (sons, imagens, textos etc.) ligados aos cinco sentidos, foi incluído entre os quatro mais inovadores do país em concurso promovido pela Fundação Telefônica. Por isso, será inspiração para oficina em que os participantes terão a experiência de criar mapas digitais e refletir sobre a representação dos espaços numa sociedade digital em que convivem múltiplas realidades e visões.
O outro debate, de acordo com Regina Helena Alves da Silva, é mais técnico e vai tratar de estratégias de seleção de conteúdos e de preservação da memória da web brasileira. “O discurso comum de que a web é o grande repositório de informações fica vazio se não soubermos como procurar e como encontrar os dados. Em certo sentido, muito e nada são a mesma coisa. Por isso é preciso entender registros, domínios, a lógica dos portais de informação para traçar políticas”, afirma a professora, que integra o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Web.
Outras informações em www.campus-party.com.br/2012/edicao-2012.html.