O reitor Clélio Campolina declarou luto oficial de três dias pela morte do pesquisador Reinhard Pflug, professor Honoris Causa da UFMG. Fundador do Instituto Eschwege – hoje Centro de Geologia Eschwege do Instituto de Geociências (IGC) da UFMG – que funciona em Diamantina, Pflug veio da Alemanha para o Brasil na década de 1950, no âmbito da Campanha de Formação de Geólogos (Cage), promovida pelo governo Juscelino Kubitscheck. “Até os anos 50 não existia curso de geologia no Brasil”, relembra o professor Friedrich Renger, aposentado do IGC e orientando de Pflug. Segundo Renger, a proposta de criação de um centro de treinamento para geologia de campo em Diamantina se concretizou através de acordo de cooperação técnico-científica Brasil-Alemanha. Inaugurado em julho de 1970, o Instituto teve Renger como primeiro diretor. Inicialmente vinculado à UFRJ, o Instituto foi transferido para a UFMG em 1978. “Além dos cursos de mapeamento geológico na região de Diamantina, o professor Pflug coordenou extenso programa de pós-graduação, com alunos alemães e brasileiros, que fizeram mapeamentos geológicos sistemáticos da Serra do Espinhaço”, informa Renger, ao explicar que a Serra oferece “excepcionais facilidades de exposição de rochas para estudo de campo e diversos graus de complexidade geológica”. Reinhard Pflug foi agraciado com o título de professor Honoris Causa da UFMG em 1995, quando se comemorou o jubileu de prata do Instituto Eschwege. “Foi um reconhecimento da UFMG e do país por sua colaboração”, destaca Renger, ao comentar que Pflug orientou cerca de 30 teses de doutorado no Brasil. Nos últimos anos, foi pioneiro na aplicação de recursos computacionais no estudo de problemas geológicos, “inclusive com o desenvolvimento de programas para mapeamentos e para visualização em 3D”, acrescenta Renger. Nascido em 1 abril 1932, Pflug morreu no dia 9 de fevereiro em Freiburg (Alemanha), onde foi catedrático de 1971 a 2000. O luto oficial teve início nesta quinta-feira, 23, e prossegue até sábado, 25.