"O conhecimento seguro sobre a nossa biodiversidade é fundamental para a estruturação de uma economia verde. Não se pode explorar aquilo que não se conhece", sustentou na última terça-feira o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, durante o lançamento do Projeto do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). A iniciativa foi lançada em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal. (Assessoria de Comunicação do MCTI)
O projeto pretende garantir o uso de dados sobre a biodiversidade e os ecossistemas brasileiros na elaboração e na implementação de políticas, facilitando e integrando a informação sobre o tema na tomada de decisão e nos processos de desenvolvimento de políticas públicas. Conta com US$ 28 milhões (US$ 20 milhões do MCTI e US$ 8 milhões do Fundo Global para o Meio Ambiente, o GEF, na sigla em inglês).
O propósito é consolidar a infraestrutura, os instrumentos, as ferramentas e a tecnologia necessários para qualificar, reunir e disponibilizar online e gratuitamente a informação de biodiversidade contida em coleções de recursos biológicos do país, além de fortalecer as capacidades institucionais para garantir a atualização dos dados e o desenvolvimento de produtos e serviços.
O Brasil é o país com a maior diversidade biológica do planeta, abrigando cerca de 13% de toda biodiversidade conhecida. De acordo com o ministro Raupp, o SiBBr permitirá identificar as melhores opções para a conservação e uso sustentável da biodiversidade brasileira, com impactos positivos para o meio ambiente global. O projeto é coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com recursos do Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF), do Banco Mundial.
Estratégia
A Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) para o período 2012-2015 projeta quatro grandes linhas norteadoras e ações transversais em biodiversidade, voltadas a fomento, conhecimento, monitoramento, manejo, valoração de bens e serviços, mitigação e adaptação a impactos ambientais.
O projeto começou a ser desenvolvido em meados de 2011, quando foi criado um comitê técnico consultivo com a participação de diversos órgãos e institutos de pesquisa. "A ideia é ter, nos próximos dois anos, uma participação efetiva da comunidade científica e de instituições que lideram iniciativas semelhantes para a estruturação do projeto. Esperamos que, no início de 2013, possamos estar com alguns produtos do sistema disponíveis para o grande público", disse a diretora do SiBBr, Mercedes Bustamante, que é também diretora da secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento.
A audiência de lançamento no Senado teve a presença da representante Nacional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Denise Hamú, do secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Roberto Cavalcanti, do presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, senador Rodrigo Rollemberg, de pesquisadores e de parlamentares.