A tensão entre as vantagens socioeconômicas da mineração e seus impactos ambientais será discutida neste sábado, 26, às 11h, no projeto Café Controverno, do Espaço TIM UFMG do Conhecimento, na Praça da Liberdade. Participam do debate Os limites das minas: mineradoras x interesse público o professor Allaoua Saadi, do Departamento de Geografia da UFMG, e o ex-prefeito de Conceição do Mato Dentro e ex-deputado federal pelo PV (Partido Verde), José Fernando Aparecido Oliveira. Ele baseia seu argumento no comparativo com outros países e confronta a diferença da cobrança de royalties para os minérios e para o petróleo no Brasil. Além disso, o convidado questiona a insuficiência da geração de cadeia produtiva e postos de trabalho na atual configuração da atividade. “Exportamos emprego ao exportar minério e geramos vantagens para os competidores internacionais”, declara. Além de propiciar o contato com especialistas nos temas abordados, busca-se promover a abertura para debates e exposição de opiniões. O Café Controverso tem a participação de dois convidados com pontos de vista distintos sobre a temática discutida. Já o Café com Conhecimento é a oportunidade de conhecer e conversar mais sobre um determinado assunto, a partir da contribuição de uma pessoa especializada na questão. Em ambos, o público tem um papel fundamental para a dinâmica das discussões, uma vez que não atua somente como ouvinte, mas como participante ativo. (Com Assessoria de Imprensa da UFMG)
Segundo os organizadores, para além de uma concepção ingênua de supressão da atividade, os palestrantes reconhecem que a mineração é responsável por um histórico de produção em Minas Gerais e tem relevante importância na economia do estado. Tendo isso em vista, os pontos discutidos abordarão soluções capazes de balizar os interesses da sociedade, do poder público e do setor empresarial.
“Qualquer tipo de intervenção no território tem impactos. Mas é preciso identificar todas as variáveis. Em uma atividade sustentável, o primeiro pilar é geração de renda e emprego”, afirma Allaoua Saadi. Por isso, para o especialista em Geografia Física, é preciso examinar o exercício a partir do conhecimento técnico e das oportunidades socioeconômicas. “Só assim se avalia no quadro de uma consideração séria e consciente, sem deixar-se levar pelo lado passional de certas ideologias”, expõe.
Já o bacharel em Direito Zé Fernando enfatiza a necessidade de completa reformulação da política mineral do ponto de vista legal e tributário, com especial destaque para a criação de uma agência reguladora. “É preciso rever o marco regulatório legal do minério”, assegura, “Os royalties do minério representam apenas 2% do lucro líquido dos metais retirados. Trata-se de uma compensação financeira pouco representativa sobre a exploração desses bens minerais não renováveis”, diz.
O debate tem por objetivo ultrapassar um ponto de vista dicotômico sobre a atuação das empresas de exploração de minério, visando problematizar soluções inteligentes para a sustentabilidade do exercício da mineração.
Os cafés do Espaço
Com o intuito de gerar um ambiente de encontro e intercâmbio de informações, o Espaço TIM UFMG do Conhecimento promove atividades aos sábados em seu café, sempre no final da manhã, às 11 horas.
Mais informações: (31) 3409-8366 ou imprensa@espacodoconhecimento.org.br.