As Edições Dinamene não tiveram fins comerciais, mas como tentativa de apoio financeiro para a revista Caderno da Bahia, criada em 1948 pelo historiador Vasconcelos Maia, pelos jornalistas Cláudio Tavares, Darwin Brandão e Wilson Rocha, e pelo professor de línguas neolatinas Pedro Moacir Maia. A escolha do nome Dinamene, por este último, é uma referência à mulher amada e para sempre perdida, evocada por Camões em alguns de seus sonetos. Seria talvez, segundo o curador da mostra, uma metáfora da tipografia, em que a imagem é sempre impressa junto ao seu vazio.
Aproximadamente 20 livros foram projetados e produzidos por Pedro Moacir Maia para as Edições Dinamene, além de mais de 120 “pliegos” ou plaquetas, além de convites e cartões, em quase dez anos de impressão no Brasil – utilizando, muitas vezes, a Tipografia dos Beneditinos – e mais outros dez anos na Argentina.
A mostra Edições Dinamene, do Gabinete do Livro, apresenta o primeiro livro impresso por Pedro Moacir Maia – Poemas de amor – e o último de seus trabalhos no Brasil – a primeira edição (não comercial) de Alumbramentos, de Manuel Bandeira. E ainda O canto de amor e morte do porta-estandarte Cristóvão Rilke, de Rainer Maria Rilke; Pássaro sangue: poemas, de Claudio Tuiuti; e uma edição, impressa em Buenos Aires, de Um signo uma mulher, de Vinicius de Moraes.
O Centro Cultural UFMG fica na avenida Santos Dumont, 174, Centro de Belo Horizonte. Informações: 3409-8291.