Lucrécio, da Vinci, Goethe, Michel Serres e Vilém Flusser são autores cujas obras interdisciplinares poderiam ser localizadas na interseção de filosofia, arte e ciência. E, cada um a seu modo, todos utilizaram a metáfora da nuvem para refletir sobre essa intercessão, que é o tema da palestra do professor Rainer Guldin, Università della Svizzera Italiana, em Lugano, Suíça, no próximo dia 18. A palestra, que terá início às 14h, no auditório Sonia Viegas, da Fafich, integra o programa Cátedra Ieat/Fundep, do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares, da UFMG. Segundo o pesquisador, que é considerado o maior conhecedor de Vilém Flusser no mundo, todos aqueles autores demonstraram grande interesse pelas nuvens, “não apenas por causa de sua natureza instável, fluida, efêmera, mas sobretudo por causa de sua dificuldade de abordagem, especialmente no que tange a um enfoque sistemático”. Ele lembra que as nuvens, de fato, desafiam fundamentalmente qualquer tipo de pensamento taxonômico e disciplinar, e por essa razão têm sido repetidamente usadas para aproximar fronteiras e unir territórios tidos como separados. Rainer Guldin leciona Filosofia na instituição suíça e é editor-chefe da revista Flusser Studies. Estudou Germanística e Letras/Inglês na Universidade de Zurique e na Universidade de Birmingham, Inglaterra. Seu doutorado em literatura alemã resultou em tese sobre Hubert Fichte. Já ministrou aulas na Universidade Bauhaus de Weimar e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É autor de diversos ensaios dedicados à obra de Vilém Flusser, a teorias da tradução e à história do corpo humano. Suas áreas de pesquisa abrangem a teoria da paisagem, a história da tradução e a teoria da autotradução, o plurilinguismo em textos literários e a teoria da metáfora.