O 44º Festival de Inverno da UFMG acontece de 15 a 26 de julho, em Diamantina. Com o tema O bem comum, o evento propõe o diálogo entre os saberes tradicionais e acadêmicos, por meio da troca de conhecimentos das culturas indígenas, afro-brasileira e popular. “Optamos por não privilegiar a lógica do espetáculo e as grandes estruturas que a amparam, mas por buscar na programação do Festival e na cidade de Diamantina os artistas que participarão dos shows, em um intercâmbio sensível com os participantes”, explica o coordenador-geral do Festival e professor do Departamento de Comunicação Social da UFMG, César Guimarães. As performances cênicas e musicais serão, em sua maior parte, eventos de médio e pequeno porte, possibilitando maior interação dos artistas com o público. Para tanto, foi preciso que se concebessem novas formas de se fazer eventos, menos preestabelecidas que o tradicional palco metálico. “Preparamos pequenas instalações itinerantes para serem montadas e desmontadas em diversos espaços, em um tipo de produção menos espetaculoso e mais integrado à cidade”, observa o cenógrafo do Festival, Augustin de Tugny, professor da Escola de Belas-Artes da UFMG. As “oficinas”, que reproduziam o ambiente da sala de aula, foram substituídas pelo modelo de “casas”. Com uma denominação que alude às malocas indígenas, as casas foram pensadas como espaços de acolhimento, encontro e de troca de conhecimentos entre especialistas acadêmicos e mestres das culturas populares. São seis ao todo: Casa da Palavra, Casa dos Cantos e da Escuta, Casa das Imagens, Casa da Cidade, Casa do Corpo e Casa da Memória “Chica da Silva”. Assim, a programação do Festival esse ano trará artistas de renome que farão suas apresentações e, ao mesmo tempo, irão interagir com os participantes do Festival de maneira mais próxima. Naná Vasconcelos ministrará oficina de percussão para músicos de Diamantina e dará show, ao lado de Lui Coimbra, após um cortejo que reunirá grupos de congado, reisado e Moçambique. Zezé Mota participará de roda de samba na Casa da Memória “Chica da Silva” e Rui Moreira coordenará o grupo de trabalho Si ocê quisé vem e apresentará o espetáculo Faça algum barulho. A programação incluirá também criações de cunho experimental como os espetáculos Mafaro de André Abujamra, e os shows dos grupos Graveola e o Lixo Polifônico e Iukerê. Haverá, ainda, outras atrações, como os flautistas Baniwa da amazônia, os Brô MC´s que cantam rap em guarani, o coral de meninos mbyá-guarani, o senegalês Zal Sissoko e seu concerto de Kora, Choro Malandrinho e Os Chorões, Diamante Rap, Bantos do Baú, Dokttor Bhu e Shabê, Impacto Break B-Boys. No campo da produção audiovisual, o Festival terá a presença de cineastas como Andrea Tonacci, Ariel Ortega, Coletivo Alumbramento, Alexandre Veras e da artista plástica Cíntia Marcelle. Todos coordenarão grupos de trabalho e, ao mesmo tempo, oferecerão curadoria, comentarão filmes e apresentarão suas produções em espaços como a Mostra de Filmes Bem Comum e o Cine Vigília, que exibirá filmes 24 horas por dia.
Todas as atividades do Festival serão gratuitas. Para outras informações, consulte o site www.ufmg.br/festival.