Os resultados das operações de planta piloto de tratamento de resíduos de serviços de saúde estruturada a partir de cooperação técnica entre a UFMG, as empresas Engenho 9 e Ecobrás e a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) serão apresentados na tarde desta sexta-feira, dia 6, na sede da unidade, no bairro Jardim Filadélfia, às margens da BR-040. A planta, que processa cerca de 30 toneladas diárias de resíduos de madeira gerados na capital mineira, vale-se do processo de pirólise, por meio do qual o material submetido a altas temperaturas (até 400º) tem suas moléculas alteradas, produzindo carvão vegetal, efluentes líquidos e gases atmosféricos não poluentes, reduzindo seu volume inicial em até 90%. O objetivo é permitir o emprego dos gases gerados como combustível auxiliar na pirólise de outros resíduos. A técnica vem sendo desenvolvida desde 2004, a partir da dissertação de mestrado do pesquisador Artur Torres Filho, da área de engenharia sanitária e ambiental, sob orientação do professor Gilberto Caldeira Bandeira de Melo, da Escola de Engenharia, com apoio da Fapemig. Em 2009, a metodologia, batizada com o nome de Pyrolix, foi patenteada pela UFMG e pela empresa Engenho 9, e mais tarde licenciada pela Ecobrás, que em novembro do ano passado implantou a unidade piloto no bairro Jardim Filadélfia em convênio com a SLU. Processo viável Agora no doutorado, o pesquisador já testa outros resíduos na planta piloto. Um deles, viabilizado por projeto aprovado em edital da Cemig e apoiado pela Fapemig, baseia-se na pirólise de rejeitos gerados em curtumes. A apresentação desta tarde será acompanhada por membros de organismos ambientais, pesquisadores e técnicos da Prefeitura e da Comissão Permanente de Apoio ao Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde de Belo Horizonte (Copagress). Leia mais sobre a tecnologia em matéria publicada pelo Boletim da UFMG em 2009.
Segundo Artur Torres, os testes realizados consideram quatro aspectos: performance e produtividade, qualidade do carvão produzido, características dos líquidos gerados e emissões atmosféricas. "Em todos os aspectos o processo se mostrou viável. A operação da planta é segura do ponto de vista ambiental”, garante Torres.