Foca Lisboa/UFMG
“O que queremos é ter um sistema universitário, e não apenas algumas universidades de excelência”, afirmou o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, durante palestra ministrada na manhã desta sexta-feira, 24, no campus Pampulha.
Para ele, as universidades brasileiras precisam ampliar a sua representatividade internacional. “O Brasil é o 13º maior produtor de conhecimento novo no mundo. Produzimos em torno de 2,4% de toda a pesquisa e não temos as nossas universidades institucionalmente representadas entre as mais bem referenciadas”, salientou.
“O Inep está fazendo um grande esforço a fim de criar as condições necessárias para que as universidades brasileiras deem um salto qualitativo”, comentou Clélio Campolina Diniz, reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para permitir esse salto, conferindo ao mesmo tempo maior visibilidade às instituições de ensino superior do país, é necessário, segundo Costa, que se invista em diversos aspectos da educação, como no aumento de número, qualidade e citações de pesquisas, incremento dos projetos de inovação e extensão, responsabilidade social das instituições, intercâmbio de professores e alunos com universidades internacionais e, consequentemente, melhoria dos níveis de excelência do ensino superior. Alguns desses objetivos já estão sendo impulsionados por projetos recentes do governo federal, como o Ciência sem Fronteiras.
Tão importante quanto investir nestes aspectos é trabalhar na construção de indicadores que analisem e demonstrem, nos âmbitos doméstico e internacional, os níveis de excelência da educação superior. De acordo com o presidente do Inep, algumas ferramentas já existem, como o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos (IGC), que traçam o panorama do ensino superior brasileiro. Porém, defende Costa, outros indicadores devem ser pensados para contribuir com o processo de internacionalização das universidades nacionais.
A existência desses indicadores e a criação de novos, elaborados considerando-se padrões internacionais de avaliação e os desafios globais, auxiliam no alcance da excelência de forma global. “Nós temos excelência, mas isso não é visto lá fora”, diz Costa, observando ainda que “excelência sem relevância não é excelência”.
Os indicadores auxiliam também, de acordo com ele, na redução de diferenças regionais e na promoção de cooperação internacional, que no caso brasileiro está focada na América Latina, Caribe e África. Com o intuito de construir esses indicadores, o Inep promoverá debates, como o realizado na UFMG, em algumas universidades brasileiras.
O reitor da UFMG defendeu a busca da excelência universitária sob novas diretrizes de desenvolvimento e de inserção do país no contexto mundial. “Temos que perseguir a excelência como uma forma de contribuição fundamental para o salto do país no plano internacional, para a constituição de uma sociedade mais rica, justa e solidária e, simultaneamente, uma política de internacionalização solidária, sem dominação e sem submissão”, disse Campolina. O evento contou com a participação da vice-reitora Rocksane Norton e de representantes da UFV, UFLA, Cefet-MG e de professores da UFMG.
(Assessoria de Imprensa da UFMG)