Uma das primeiras ações da nova diretoria será, segundo Frederico de Paula Tofani, “qualificar o debate” que vai resultar em consulta à comunidade da Escola sobre a transferência para o campus Pampulha ou a permanência no histórico prédio da Rua Paraíba. “A consulta deverá acontecer após profundas discussões, que certamente vão envolver aspectos acadêmicos e políticos, históricos e culturais, de tradição e vocação, de espaço físico e infraestrutura, entre outros”, prevê o novo diretor. Paralelamente a esse processo, obras para adequação do espaço físico e infraestrura da Escola são inadiáveis, para comportar uma população que cresceu significativamente desde de 2009, com a criação de dois novos cursos de graduação – Arquitetura e Urbanismo noturno e Design – e a ampliação da pós-graduação. Segundo Tofani, antes de 2009 a comunidade da Escola era de cerca de 600 pessoas – entre alunos, professores e servidores técnico-administrativos. No final de 2013, com a ocupação de todas as vagas oferecidas pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), será de aproximadamente 1.500. "Ou seja, cerca de três vezes a população média que tradicionalmente abrigou até poucos anos atrás", compara. As obras que precisam ser executadas com urgência serão “para transição ou definitivas”, mas, em qualquer hipótese, a adequação do espaço físico e da infraestrutura do edifício não pode esperar, garante o diretor, lembrando que, se a opção tomada pela comunidade local for a transferência para o campus Pampulha, isso dificilmente ocorrerá em menos de seis anos. Tal prazo leva em consideração aspectos operacionais, como a elaboração do chamado programa de necessidades, que deve mapear todas as demandas, a fim de definir os espaços no novo prédio; o tempo de elaboração dos projetos arquitetônico e complementares; o tempo de construção; bem como os prazos licitatórios. Antes disso, porém, é preciso considerar a hipótese, como deseja a comunidade da Escola de Arquitetura, de abertura de concurso nacional ou internacional para definir a autoria do projeto na nova sede. “Toda obra de relevância deveria ser objeto de concurso”, pondera Frederico Tofani. Com relação à posição pessoal no que se refere à transferência ou à permanência, Tofani comenta: “Advogo que consigamos qualificar o debate. Onde estiver o ponto de equilíbrio estará a Escola”. E acrescenta: “A comunidade me reconhece como alguém capaz de mediar de forma imparcial esse debate, até porque tenho fortes laços tanto com o campus Pampulha quanto com o prédio da Arquitetura”. O importante, diz ele, é garantir as condições para que a Escola “continue a exercer seu papel de excelência”. De capacete Paralelamente ao equacionamento de espaços, a nova direção vai lidar, segundo Tofani, com uma nova composição de grupos, já que o crescimento da Escola, bem como a atuação da diretoria anterior, “distencionaram” certos conflitos e possibilitaram uma nova construção geopolítica. Em sua opinião, o momento é “fantástico dos pontos de vista acadêmico e político, para lidar com a diversidade de capacidades e interesses”. Entre os planos que devem ser postos em prática pela nova gestão estão a criação de conselho de coordenadores de colegiado e chefes de departamento, de conselho de servidores técnicos e administrativos, planejamento orçamentário e execução de compras integrados, compras sustentáveis, eficiência energética e reciclagem de resíduos sólidos, incentivo e apoio ao intercâmbio internacional e à mobilidade acadêmica. Currículos Paulo Gustavo von Krüger
Nesta segunda-feira, 3, às 19h, tomam posse os professores Frederico de Paula Tofani (foto) e Paulo Gustavo von Krüger, nos cargos de diretor e vice-diretor da Escola de Arquitetura, para mandato que se estenderá em 2016. A solenidade acontece no auditório da Escola, à rua Paraíba, 697, Funcionários.
Enquanto isso, Tofani prevê que servidores e alunos passarão os próximos anos “usando capacete, já que o prédio estará em obras”. À brincadeira se segue a lembrança de que “nunca, em tempos recentes, uma direção da Escola esteve tão envolvida com questões de espaço físico e infraestrutura como estaremos”.
Frederico de Paula Tofani
Graduado em Arquitetura e Urbanismo, mestre em Planejamento Urbano e Rural e doutor em Geografia. Tem experiência em projetos arquitetônicos e urbanísticos, em identificação, documentação e preservação do patrimônio cultural e em desenvolvimento turístico sustentável e tem atuado como pesquisador, consultor, conselheiro e coordenador de projetos de instituições como Unesco, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).
Graduado em Arquitetura e Urbanismo e em Engenharia Civil, mestre em Engenharia Civil e doutor em Engenharia de Estruturas. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em planejamento e projetos da edificação, atuando principalmente nos seguintes temas: projeto arquitetônico, estruturas metálicas, estruturas Tensegrity, construções industrializadas, painéis de vedação, engenharia de incêndios e sustentabilidade.