Conhecer o que acontece no interior do cérebro diante de truques de ilusionismo pode ajudar a abordar aspectos comportamentais e distúrbios de atenção, e a entender também questões relacionadas à consciência e à personalidade individual, dentre outras. A tese dos neurocientistas Stephen Macknik e Suzana Martinez-Conde – formados em Harvard e atuantes no Instituto Barrow de Neurologia – será defendida na conferência de abertura do 6º Simpósio Internacional de Neurociência da UFMG, no auditório da Reitoria, às 9h do dia 27 de setembro. O evento vai acontecer paralelamente à 2ª Semana de Neurociência, que começa no dia 24, no mesmo local e horário. As inscrições permanecem abertas e devem ser feitas pelo site do evento. Realizado pelo Programa de Pós-graduação em Neurociência, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, o evento terá como tema este ano Neurociências e percepção. A 2ª Semana abrigará debates sobre algumas das mais recentes aplicações das neurociências em diversas áreas profissionais: acadêmica, saúde, tecnologia, estratégias de aprendizagem e tratamentos para dificuldades e disfunções. Segundo a professora Ângela Maria Ribeiro, do ICB, presidente do evento e coordenadora do Programa de Pós-graduação, este deverá ser o maior encontro já realizado no Brasil sobre Neurociências e Percepção, com convidados consagrados internacionalmente e profissionais também de fora do campo da saúde. “Daí a importância da contribuição do evento para o avanço de conhecimentos que vão ajudar a resolver questões relacionadas não apenas a doenças, mas também a alimentação, bem-estar, aprendizagem, robótica etc.”, afirma Ângela Ribeiro. Como e por que fazemos Na dia 26, às 10h30, o professor Marc Wittman, da Alemanha, apresenta seus estudos sobre Percepção do tempo e impulsividade. O pesquisador relaciona percepção do tempo, impulsividade e autocontrole com estruturas neurológicas que nos levam tanto à tomada de decisão quanto à dependência de drogas, por exemplo. Mas como a experiência individual de tempo pode se relacionar com cognição, emoção e o que ele chama de “estados do corpo”? Segundo Wittman, processos neurais do córtex insular – área relativamente primitiva do cérebro, relacionada a emoções negativas, como raiva e desgosto – estão relacionados ao estado emocional e à autoconsciência, que juntos constituem mecanismos neurofisiológicos que levam à criação de tempo subjetivo. No mesmo dia, com início às 15h30, a mesa Neuromarketing, neuroeconomia: novas perspectivas vai reunir cinco pesquisadores brasileiros para tratar de como o marketing se vale das dimensões neurológicas para promover governos, empresas, produtos e serviços. A mesa será coordenada pelos professores Carlos Alberto Gonçalves e José Edson Lara, da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Eles irão traçar o perfil do consumidor, alertar sobre armadilhas e analisar o processo de tomada de decisão de consumo, além de tratar das novas abordagens dos estudos de comportamento do consumidor, dentre outros aspectos. A programação completa está disponível no site do evento, onde podem ser obtidas informações sobre outros temas do simpósio e da semana – enxaqueca, o olho e o cérebro, neurorrobótica, ilusão de ótica, o cérebro e a música, entre muitos outros –, além do valor das inscrições para o simpósio (as atividades da semana são gratuitas). Outras informações na secretaria do Simpósio Internacional de Neurociências da UFMG, pelos telefones (31) 3409-2545 e 3409-2505, ou pelo endereço simposioneuro6@gmail.com. (Com asessoria de divulgação 6º Simpósio e da 2ª Semana de Neurociências)
A conferência de abertura da 2ª Semana – Comparação do encéfalo humano com o de outros animais: como e por que nós fazemos o que fazemos –, ficará a cargo da professora Suzana Herculano-Houzel, da UFRJ. Reconhecida por sua forma clara de explicar os mistérios da mente, Suzana escreve para jornais como a Folha de São Paulo e apresentou quadro no programa Fantástico, da Rede Globo.