A legalidade do aborto e suas implicações sociais e políticas serão discutidas na próxima edição do Café Controverso, que reúne neste sábado, a partir de 11h, as professoras Cláudia Mayorga e Sandra Azeredo, do Departamento de Psicologia da Fafich, no Espaço TIM UFMG do Conhecimento. O evento terá transmissão ao vivo. Com o tema Aborto: crime ou direito, o debate é estimulado, segundo os organizadores, por fatos como a aprovação de lei pelo congresso uruguaiano que permite a interrupção da gravidez no primeiro trimestre de gestação ou mesmo a decisão do Supremo Tribunal Federal brasileiro que autoriza a indução do parto em casos de anencefalia. A professora Cláudia Mayorga desenvolve pesquisas sobre psicologia associada ao feminismo e defende a legalização do aborto como direito da mulher. "A mulher é vista sob lentes analíticas de uma sociedade patriarcal, que reduz essa figura a sua natureza máxima. Existe uma ideia de que a mulher deve viver para o outro e amar incondicionalmente, como se ela não tivesse planos pessoais e não pudesse escolher entre ser mãe ou não”, comenta.
Já Sandra Azeredo acredita que frentes religiosas, doutrinas políticas e a mídia dominante brasileira possuem grande interesse em disseminar o aborto enquanto crime. “A autonomia feminina ameaça esses segmentos sociais”, explica ela, que traça um paralelo entre as duas correntes que divergem sobre o assunto. De um lado, a prática do aborto é pautada pela ideia de que os direitos humanos também se aplicam ao feto, incluindo o princípio de não matar. De outro, o aborto é visto como um direito, o que confere às mulheres a prerrogativa de interromper a gravidez já que são as principais responsáveis pela reprodução.
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