Bruna Brandão/UFMG |
“Fazemos uma bela ciência, mas precisamos conectá-la à realidade; temos que gerar algo além de prêmios.” A opinião é do professor da Universidade Federal de Viçosa Evaldo Ferreira Vilela, que participou de mesa-redonda sobre o agronegócio nas regiões tropicais, na tarde desta segunda-feira, na UFMG. O evento fez parte da programação do 2º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013, que acontece até amanhã, no campus Pampulha. Em sua exposição, Vilela enfatizou a necessidade de apoio a empresas de base tecnológica. “Precisamos criar mais ambientes de inovação, apoiando as startups”, ressaltou. Produção incrementada De acordo com Bergmann, o agronegócio representa um terço do PIB nacional e 37% dos empregos no país. “O Brasil se tornou um grande consumidor de carne bovina, com uma média de consumo que o aproxima dos países desenvolvidos”, revelou. Segundo ele, entre 1975 e 2008, houve um aumento de 3,5% da área utilizada, e uma elevação de 270% na produção. O país também se tornou o segundo maior exportador de carne bovina, e o segundo maior produtor mundial de carne de aves. Para Bergmann, estamos aprendendo a ser eficientes. “Nossos animais e nosso sistema de produção mudaram para melhor”, sentenciou. Uma prova dessa transformação é o peso do frango, que, segundo o professor, em 1930 era levado ao abate com 1,5 kg, e, em 2010, com 2,48 kg. De acordo com ele, 60% a 80% da melhora nas condições da agricultura se deram por mudanças genéticas, e não por fatores ambientais. Biodiversidade
Também palestrante no evento, o professor da UFMG José Aurélio Bergmann chamou atenção para a demanda crescente por alimentos no mundo. Segundo ele, a partir de 1950 tivemos um aumento muito grande da população humana, principalmente nos extratos mais carentes por alimentos. “Em um prazo de 50 anos, será preciso dobrar a produção de comida, e 70% desse aumento serão devidos ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia”, observou.
O professor da Universidade de Brasília Elíbio Rech, participante da mesa, salientou a importância da manutenção da biodiversidade brasileira. “O Brasil tem, hoje, a oportunidade de mostrar ao mundo o desenvolvimento de uma nova técnica de produção de alimentos de forma sustentável”, apontou. “É nossa biodiversidade que sustenta o agronegócio, e precisamos protegê-la para continuar produzindo”.