Gabriella Praça/UFMG Atual presidente da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (Aulp), o reitor está em Belo Horizonte, também, para a preparação do próximo encontro da entidade, que será sediada em Minas Gerais, em junho de 2013. Segundo ele, a Aulp – que completou 26 anos de existência no dia de ontem – pretende reunir no evento até 500 pessoas, entre professores, reitores, convidados e participantes. Em entrevista concedida ao portal da UFMG na manhã desta terça-feira, Ferrão enfatizou a diversidade africana e a necessidade de desprendimento de antigos estereótipos. “Muitas vezes, fala-se em ‘África’ como se fosse algo único, mas são 57 Estados com diferentes línguas, mercados e interesses econômicos”, ressaltou. “É preciso que se compreenda a dimensão do continente em uma perspectiva de mercado, de relações internacionais e, também, de inovação científica e tecnológica.” De acordo com o reitor da UniLúrio, o Egito é o país que mais forma doutores no mundo. Apesar disso, a África, atualmente, é responsável por apenas cerca de 0,2% da produção científica mundial. Para ele, a disparidade se relaciona à visão arraigada de que só tem valor a pesquisa feita nos países desenvolvidos. Centro de Estudos Africanos Segundo ele, a África foi, por muito tempo, academicamente dependente dos países desenvolvidos, enviando muitos de seus principais pesquisadores para Europa e Estados Unidos – o próprio Ferrão sentiu necessidade de complementar seus estudos na França. “Só nos últimos tempos começamos a estabelecer parcerias com outros atores, sobretudo do Sul, como China, Brasil e Índia”, observou. Nesta tarde, Ferrão se reunirá com a direção da Escola de Engenharia da UFMG, com coordenadores dos cursos de Engenharia Civil e Mecânica e com professores e pesquisadores da área. Amanhã, o encontro será com representantes da área de Saúde, entre professores e coordenadores do Departamento de Nutrição e da Faculdade de Medicina. A visita de Ferrão à Universidade se encerra na quinta-feira, dia 29, em encontro com o reitor, os pró-reitores de pesquisa e de pós-graduação e a Diretoria de Relações Internacionais da UFMG.
O reitor Clélio Campolina e os pró-reitores da UFMG se reuniram esta manhã com o reitor da Universidade Lúrio (UniLúrio), de Moçambique, Jorge Ferrão [na foto], para discutir parcerias entre as duas instituições. Na tarde desta segunda-feira, Ferrão ministrou conferência sobre a internacionalização da economia brasileira na África, no encontro de lançamento do Centro de Estudos Africanos da UFMG.
Ferrão destacou que o Centro de Estudos Africanos inaugurado ontem precisa se inserir no contexto da integração proposta, buscando referências bibliográficas e demais fontes de pesquisa produzidas no próprio continente. “O Centro não pode se tornar refém de bibliografias que venham do Norte”, salientou.