Gabriella Praça/UFMG |
Em cerimônia para assinatura do contrato de construção do Memorial Nacional da Anistia realizada na manhã desta sexta-feira, na Faculdade de Direito da UFMG, o reitor Clélio Campolina enfatizou que é função social e política da Universidade contribuir com o projeto. “O memorial servirá de referência sobre o regime militar, para que as futuras gerações tenham conhecimento das atrocidades que aconteceram no Brasil da época, e não permitam que a história se repita”, ressaltou. O contrato foi assinado pela vice-reitora da UFMG, Rocksane Norton, e pelo representante da construtora encarregada das obras, JRN Ltda., Flávio Gontijo. O acordo teve como testemunhas legais integrantes da Associação dos Amigos do Memorial da Anistia Política do Brasil, o conselheiro da Comissão de Anistia Guy de Almeida e o presidente da Comissão da Verdade da OAB-MG, Márcio Santiago. Presente no evento, o conselheiro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça Nilmário Miranda destacou a escolha do estado de Minas Gerais para sediar o memorial, que, segundo ele, deve ser inaugurado em junho de 2014. “A partir de então, quem vier a Belo Horizonte vai conhecer não apenas o conjunto arquitetônico da Pampulha, a Praça da Liberdade e os palácios, mas, certamente, passará pelo Memorial da Anistia, que entrará na lista de instituições semelhantes no mundo inteiro.” O conselheiro salientou, ainda, que a finalidade do memorial é abrigar fontes de informação sobre casos de pessoas perseguidas durante a ditadura, de forma a dar voz às vítimas. “Será criado um acervo de documentos sobre pessoas que o regime torturou, matou, perseguiu, exonerou, demitiu, censurou, ou de quem cassou direitos.” Projeto O Memorial será erguido no “coleginho” do antigo prédio da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de Belo Horizonte, que passará por reforma. Serão 4.835 metros quadrados de área construída, sendo 2.650 m² da praça de acolhimento e 2.185 m² de edificações. Também contará com dossiês administrativos, imagens, relatos, testemunhos, livros, áudios e vídeos recebidos pela Comissão por ocasião da campanha de doação de arquivos referentes ao período da ditadura militar. A esses documentos se juntará o acervo preservado pela própria UFMG, que inclui cerca de 10 mil fotografias e 400 filmes da época.
O evento integrou a 65ª edição da Caravana da Anistia, iniciativa do Ministério da Justiça que busca contribuir para a consolidação e permanência do estado democrático de direito no Brasil. O programa foi lançado em abril de 2008, na forma de sessões itinerantes de julgamento de anistia que percorrem o país.