Trinta líderes políticos e rezadores indígenas, antropólogos e pesquisadores de diversas universidades e instituições se reúnem a partir de hoje (terça, 11) para o seminário Cosmociência Guarani, Mbya e Kaiowa e o reconhecimento de seus intelectuais. O evento, promovido em parceria de pesquisadores da UFMG com o Museu do Índio/Funai, acontece no Conservatório UFMG. A iniciativa tem origem no 44º Festival de Inverno da UFMG – realizado em julho deste ano na cidade de Diamantina –, e é fruto de rede de solidariedade constituída na Universidade em favor da causa dos povos Guarani e Kaiowa. A rede conta com a participação de grupos e líderes indígenas do Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo os organizadores do evento, a prática do conhecimento dos intelectuais indígenas, denominados “rezadores”, sustenta e viabiliza a vida desses povos na terra. “Tais especialistas assumem funções centrais nessas sociedades. São, a um só tempo, grandes filósofos, historiadores, curadores e mantenedores do equilíbrio social, cosmológico e ambiental dentro de seus grupos. Escutá-los e reconhecê-los nesse lugar é a proposta do seminário”, explicam. Dentre os povos indígenas do país, os de línguas da família tupi-guarani se destacam não só pelo número de falantes, mas também por sua ampla distribuição no território. Os grupos falantes de guarani do litoral do Sudeste e do Sul (dialetos mbyá e nhandeva) e os do Mato Grosso do Sul (dialetos kaiowa e nhandeva) chegam a mais de 50 mil pessoas, constituindo o maior grupo indígena do país. Outras informações estão na página do evento no Facebok.