Textos de antropólogos e indígenas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Venezuela, cujo mote são as mudanças constitucionais que afetaram a vida e os direitos dos índios nesses países ao longo das últimas décadas, foram reunidos pela antropóloga e professora emérita da Universidade de Brasília (UnB), Alcida Rita Ramos, na publicação Constituições nacionais e povos indígenas, da Editora UFMG. O livro detalha a situação dos índios e das nações que se ergueram sobre os escombros das sociedades indígenas. Seus textos avaliam como os índios tentam recuperar suas terras, seu pensamento próprio, sua forma de organização, enfim, sua cosmologia. Entre os autores, cinco são pensadores indígenas e cinco são antropólogos e juristas não indígenas, todos engajados na defesa dos direitos étnicos em seus países. O professor Rubem Caixeta, do Departamento de Antropologia e Sociologia da UFMG, que desenvolve estudos sobre populações indígenas, escreveu o texto de apresentação da obra. "Parte da população resistiu ao progresso e tenta se reerguer nos centros urbanos ou rurais. O movimento indígena e seus aliados nos cinco países conseguiram importantes vitórias nos textos das novas Constituições, entre as décadas de 1980 e 1990. Mas, na prática, o reconhecimento dos direitos dos índios não passou, em boa medida, de 'letra morta'", observa Caixeta. Para ele, existe uma dissonância sociocultural dos indígenas em relação aos interesses dos governos e autoridades sul-americanas. "Ergue-se um discurso nacionalista em que o índio só tem lugar se 'contribuir para o bem da nação' ou para o 'sonho da potência mundial'. No caso do Brasil, o discurso oficial diz que o 'índio é coisa do passado ou a se tornar do passado'". Constituições Nacionais e povos indígenas
Organizadora: Acilda Rita Ramos
Coleção: Humanitas
Preço: R$ 40