Na mesma semana em que o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, encontrou-se em Brasília com a presidente Dilma Rousseff e outros líderes, a fim de discutir acordos internacionais de cooperação, a UFMG avançou nas negociações para a implantação, em parceria com a prestigiada Escola Nacional de Administração (ENA), da França, de um curso de pós-graduação lato sensu voltado para gestores públicos, de ONGs e de pequenas e médias empresas. O projeto para a oferta do curso Gestão em um mundo em transformação: desafios no contexto das relações Brasil-Europa foi apresentado pelo professor Eduardo Viana Vargas, diretor de Relações Internacionais da UFMG, e pelo diretor adjunto de Relações Internacionais da ENA, Max Brunner, na tarde de ontem (quinta, 24), em Brasília, aos representantes dos ministérios do Planejamento e de Relações Exteriores e à consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) Maria de Fátima Cartaxo. A iniciativa é consistente com os objetivos do Instituto de Estudos Brasil-Europa (IBE), associação entre universidades brasileiras e europeias. Criado há dois anos, o IBE promove o desenvolvimento do ensino e da pesquisa no Brasil, em torno de temas nos quais a experiência europeia possa oferecer contribuição mais relevante. O curso As disciplinas serão ministradas por professores dos departamentos de Gestão Pública (Fafich) e Relações Econômicas Internacionais (Face) da UFMG, de outras universidades brasileiras e da escola francesa. As aulas serão divididas entre presenciais e por videoconferência, e os alunos farão estágios na França. A definição do local das aulas, no Brasil, depende da procedência dos alunos a serem matriculados. A previsão é de que o curso tenha início em agosto deste ano. “Considerando tanto a natureza da parceria, quanto a interdisciplinaridade entre Gestão e Relações Internacionais, trata-se de uma experiência inédita”, comentou Eduardo Vargas, que participa já há um ano da mediação. Brasil e Europa em cinco eixos
A proposta apresentada às autoridades em Brasília prevê que o novo curso seja dividido em duas modalidades: Aperfeiçoamento, com carga de 240 horas, estimativa de dois semestres de duração e turma de 100 alunos; e Especialização, cuja carga é de 360 horas, cursadas em três semestres por uma turma de 30 alunos.
Entre universidades associadas e parceiras, do Brasil e da Europa, ao todo 28 instituições integram atualmente o IBE. Os assuntos de interesse mútuo abordados nas atividades do instituto foram divididos em cinco eixos principais. À UFMG cabe a coordenação de Políticas, o que explica seu engajamento na criação do novo curso de extensão. Os demais eixos são Ciências Sociais, Humanidades e Artes (Unicamp); Saúde e Biologia (Unesp); Ciências (USP); e Tecnologia (USP).